Força tarefa em Brasília em defesa da cana do NE diante da 6ª seca na década

De hoje ate quinta, entidades canavieiras levarão o referido problema e os pleitos pertinentes para fóruns da CNA e do Ministério da Agricultura

Por Rafael Santos 21/03/2017 10:18 • Atualizado 21/03/2017
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Apesar dos efeitos negativos enfrentados pelo setor pecuário diante da repercussão da operação Carne Fraca da Polícia Federal, cujo carece de plena atenção, um outro setor agropecuário líder em exportação do Brasil tem sofrido muito e sem a devida visibilidade política, mesmo com graves problemas e de forma continuada. O segmento sucroenergético nordestino tem enfrentado o 6º ano consecutivo de seca com expressiva redução produtiva e de produtividade e com a inviabilização da cultura em áreas tradicionais que são alicerce da economia da região. A safra 2016/2017 encerrou meses antes do padrão por conta da falta de cana e a atual safra terá déficit produtivo ainda maior. O problema será tratado em Brasília nesta terça-feira (21), a partir das 14h, durante a reunião da Comissão Cana de Açúcar da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

“Desde meados de julho de 2016 não chove normal em grande parte da Zona da Mata canavieira do NE. E mesmo que comece a chover a partir deste mês, a próxima safra terá uma redução média de 30%, visto toda a mortandade do broto da cana”, lamenta Alexandre Andrade Lima, que é presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) e da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida). Pernambuco e Alagoas, que são os maiores estados produtores da região, sofrem ainda mais com a atual seca que se repete pelo sexto ano consecutivo.

O dirigente, que participará da reunião de hoje na CNA, lembra que as secas provocadas, sobretudo pelo fenômeno climático El Niño no NE, já contribuíram para reduzir sete safras de cana­, nos últimos 24 anos. Isso significa que foram 14 anos de estiagem nesse período. “A única saída para continuar plantando cana na região depende de políticas públicas de irrigação, sobretudo para os fornecedores de cana do que as usinas, pois irrigam menos e não possuem reservas de água nas propriedades.

Este assunto e o pagamento da subvenção federal da cana, sancionada em lei desde 2014 e ainda não pago, será defendido por Andrade Lima hoje em Brasília, quando, na ocasião, também serão tratados de outras pautas: Plano Agrícola e pecuário 2017/2018, Consecana, RenovaBio 2030. O dirigente estará acompanhado dos demais dirigentes da Unida.

Lima e a comitiva nordestina levarão o problema da seca nos canaviais e os seus pleitos pertinentes para outros fórum da CNA e do Ministério da Agricultura (Mapa) nesta semana. O caso será abordado durante a Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Mapa nesta quarta-feira (22). Os dirigentes também participarão do Conselho Agro da CNA na quinta-feira (23). A Feplana e a Unida também buscarão dos parlamentares do Congresso Nacional o apoio aos pleitos dos 21 mil canavieiros do NE.

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