Festival leva sessões gratuitas de cinema afro-indigena para moradores de engenhos, na Mata Norte 

Ação tem como público-alvo crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, moradores de áreas rurais. Entre os filmes exibidos, estão temas de arte, povos originários, protagonismo feminino,questões ambientais e sociais, entre outros. Mostra acontece até esta quinta-feira, 10.

Por Rafael Santos 10/11/2022 16:10 • Atualizado 10/11/2022
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Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, moradores de antigos engenhos de cana de açúcar, na região da Mata Norte de Pernambuco, estão tendo a oportunidade, pela primeira vez,  de estarem diante de uma tela de cinema. A experiência, marcada com muita emoção pelo público, é uma iniciativa do 22º Tipóia Festival – levantando a poeira, que acontece na cidade de Tracunhaém. O evento, realizado com incentivo do Governo do Estado, por meio do Funcultura, segue até esta quinta-feira (10). Todos os dias, uma comunidade rural é contemplada com uma mostra audiovisual, gratuita, que ajuda a recontar as histórias, culturas e memórias sobre os próprios moradores do município e região canavieira. A ação faz parte do Mês da Consciência Negra. 

O projeto da sala de cinema itinerante,que circula pela zona rural, conta com uma infraestrutura preparada com telão, caixas de som e iluminação especial. Os ambientes para mostra dos filmes são escolhidos pela própria comunidade, como escolas, associações, cooperativas, e até debaixo de árvores e a céu aberto – o que possibilita um gostinho a mais do universo da sétima arte. Tudo isso para garantir que os moradores também sintam-se parte do projeto.   

Além de contribuir para o acesso do público, a mostra tem como característica  incentivar a produção regional audiovisual independente, que não chega ao circuito comercial de exibição. Ao todo, o projeto conta com 20 produtos, sendo 12 filmes de curta-metragem e  08 filmes de animação. Cada um deles têm em média 15 min cada. Antes das exibições, os filmes passaram por uma curadoria, no qual uma comissão, montada pelo festival, avaliou as propostas de cada um deles. Entre os temas selecionados estão arte,  povos originários, protagonismo feminino,questões ambientais e sociais, entre outros.

Este ano, as sessões de cinema vão ser realizadas no Engenho Caraú (segunda-feira,7); Engenho Belo Horiente (terça-feira, 8); Engenho Açudinho (quarta-feira,9); e Campo da Cohab, (quinta-feira, 10).  Entre os filmes apresentados, estão o “Afojubá”, do diretor Alexandre Salomão,  que reconta a trajetória do músico, João Alencar, a partir das memórias do passado. Junto com seus parceiros, ele reescreve seu futuro com a musicalidade e metodologia de ensino Afojubá. 

Outro filme em destaque é “Salu e o Cavalo Marinho”, que fala sobre a história de Mestre Salustiano –  um dos artistas populares mais famosos do Brasil, natural da cidade de Aliança na Mata Norte. Ele, que era filho do rabequeiro João Salustiano, e que logo cedo sonhava em participar de um grupo de Cavalo-Marinho, folguedo típico da região da Zona da Mata. 

A lista completa dos filmes, locais e horários das exibições estão disponíveis nas redes sociais do festival na internet: Instagram.com/@tipoiafestival e Facebook.com/tipoiafestival. 

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