Mata Norte: Frente Parlamentar discute necessidade de desenvolvimento da região

Por Rafael Santos 29/09/2023 14:52 • Atualizado 29/09/2023
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Recuperar estradas, regularizar o abastecimento d’água, atrair empreendimentos e combater a criminalidade. Essas foram as principais medidas analisadas na primeira audiência pública realizada pela Frente Parlamentar em Defesa do Desenvolvimento da Mata Norte da Alepe. Promovido em Carpina, na última quinta (28), o evento lotou o auditório da Escola Técnica Estadual Maria Eduarda Ramos de Barros. Prefeitos, vereadores e sociedade civil organizada sugeriram medidas para dinamizar a economia da região. 

O coordenador-geral da Frente, deputado Antônio Moraes (PP), destacou a necessidade de atrair empreendimentos de pequeno e médio porte para reverter o empobrecimento da Mata Norte. “No passado, nós éramos uma região muito rica, a gente tinha aqui mais de 15 usinas, hoje existem apenas quatro. A gente tem uma densidade populacional muito grande e não tem emprego. Então, não há nenhuma dúvida hoje que tanto a Mata Norte quanto a Mata Sul são as regiões mais pobres de Pernambuco”, registrou.

Segundo o parlamentar, o colegiado busca entender porque o “pico de desenvolvimento” obtido em Goiana, com a vinda da fábrica da Jeep, não se repetiu nos municípios vizinhos. Antônio Moraes lembrou que a região foi beneficiada pela duplicação da BR-408 e pelo gás natural como alternativa energética para as indústrias. Mas as empresas fornecedoras do polo automotivo optaram por Igarassu, Itapissuma e Abreu e Lima, na Região Metropolitana.  

Além de Carpina, integram a Mata Norte as cidades de Aliança, Buenos Aires, Camutanga, Chã de Alegria, Condado, Ferreiros, Glória do Goitá, Goiana, Itambé, Itaquitinga, Lagoa do Carro, Lagoa de Itaenga, Macaparana, Nazaré da Mata, Paudalho, Timbaúba, Tracunhaém e Vicência. Prefeitos da região apresentaram demandas aos deputados. Eduardo Honório, à frente de Goiana, defendeu a construção do Arco Viário Metropolitano. O gestor acredita que a obra é essencial para consolidar a vinda de novos empreendimentos.

O prefeito de Vicência, Guilherme Nunes, o Guiga, direcionou um apelo à Compesa. O gestor municipal pediu que as tubulações da Barragem do Siriji sejam reparadas. “Sem água ninguém faz nada. Água é vida, água é tudo. Para atrair indústrias, para atrair empresas, tem que ter água também. Logo que uma empresa vem se instalar, pergunta: tem água?”, comentou. O prefeito de Macaparana, Paulo Barbosa, solicitou à Compesa a construção de uma barragem. Representando Nazaré da Mata, o prefeito Nino também apontou a regularização do abastecimento d’água como uma das prioridades.

Estradas

Vereadores da Mata Norte marcaram presença na audiência pública. O presidente da Câmara Municipal de Ferreiros, Gilcelio Pontes, citou a urgência de uma operação tapa-buraco na PE-82. “Pelo amor de Deus, nos socorram. Eu vinha com um assessor meu na Câmara e disse a ele que eu nunca vi Timbaúba tão distante de Ferreiros como agora. Eu não consigo colocar 50 km/h no meu carro”, lamentou. 

Membro efetivo da Frente Parlamentar em Defesa da Mata Norte, o deputado Henrique Queiroz Filho (PP) lamentou que recursos básicos como a água e bens públicos como as estradas continuem sendo a pauta da região. Mas o parlamentar destacou as oportunidades de trabalho para os jovens no setor sucroenergético e no polo automotivo. Joaquim Lira (PV), comentou o desafio de representar politicamente a região. O parlamentar explicou que as soluções de infraestrutura e empregabilidade existem, mas demoram a ser implementadas na Mata Norte, em comparação com o Agreste e o Sertão.

Representando o Governo do Estado, o gerente de Articulação Regional da Casa Civil, Nado Coutinho, afirmou que a gestão está empenhada em trazer desenvolvimento para a Mata Norte. “Criar o ambiente, oferecer os incentivos para que as empresas se interessem em vir para a nossa região. Logicamente, nós não vamos poder colocar um polo industrial em cada cidade. Se for possível, melhor”, salientou.

A Frente Parlamentar vai elaborar um documento com as reivindicações das lideranças e da população, a ser entregue à governadora Raquel Lyra. O relatório deve conter demandas como a de Bruno Ferraz, da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta). Coordenador de projetos da entidade, Bruno pediu apoio ao curso técnico em agroecologia. “Há quase 15 anos formamos e já formamos mais de três mil jovens técnicos em agroecologia em todo o Estado de Pernambuco, no Nordeste inteiro, no Brasil, pessoas de outros países vêm participar da nossa formação”, comemorou. As próximas audiências públicas do colegiado da Alepe estão previstas para as cidades de Goiana e Timbaúba, ainda sem data marcada. 

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