Em entrevista, Diogo Prado expõe denúncias de corrupção contra a Prefeitura de Carpina

Por Rafael Santos 21/08/2020 23:52 • Atualizado 21/08/2020
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Em entrevista ao Programa Francisco Jr da Rádio Carpina FM, concedida na tarde da última quinta-feira (20), Diogo Prado (PSC), pré-candidato a vice-prefeito na chapa composta com Joaquim Lapa (PTB), fez críticas à atual gestão de Carpina, divulgando informações de atos corruptos realizados pelo Prefeito Manuel Botafogo (PDT). Na ocasião, foram abordadas denúncias de irregularidades da atual gestão de Carpina em relação às verbas destinadas ao combate da Covid-19 na cidade, assim como em outros valores para a aquisição de merendas.

Diogo Prado apresentou provas de uma denúncia feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), contra a Prefeitura de Carpina, apontando superfaturamento em compras de merendas para as escolas municipais da cidade em 2020. Na ocasião, o MPPE constatou mais de R$ 354 mil obtidos de forma ilícita com a prática, na aquisição de vários produtos acima do preço de mercado.

A atividade irregular não é algo novo, como destacou o pré-candidato. Segundo Diogo, em 2017 ainda quando era vereador, ele apresentou um relatório de auditoria para o Ministério Público do superfaturamento na compra de merenda que tinha sido identificada. Naquele ano, inclusive, alunos chegaram a fazer protestos contra a falta de merenda nas escolas.

“Durante aquele ano de 2017, a Prefeitura fez a alguns processos de licitação para compra de alimentos, que de acordo com o Ministério Público, representou um superfaturamento de alguns itens que passavam de 80% do valor do mercado. A gente fala pra população entender, como exemplo, de uma bandeja de iogurte que foi pago R$ 14,92 pela prefeitura, onde o Ministério Público que naquela época o preço desse mesmo produto R$ 2,97, menos de 3 reais. Um aumento de mais de 80% na compra desse item de merenda escolar”, relatou Diogo Prado, que reiterou que vários itens foram superfaturados já naquela época.

Em relação às irregularidades de recursos federais destinados ao combate do Covid-19, o pré-candidato a vice-prefeito Diogo Prado questionou os quase R$ 4 milhões que a cidade recebeu para esses fins, que não foram investidos no município. Ele citou como exemplo a inoperância da manutenção dos reservatórios com água e sabão no centro, para que a população possa se higienizar nesse período crítico.

Ele também fez uma grave denúncia de empresas fantasmas no interior de São Paulo, que forneceu máscaras para a atual gestão. Na ocasião, Diogo Prado viajou para constatar a irregularidade da não existência das sedes fixas das empresas, após verificar no Portal da Transparência uma compra volumosa da Prefeitura de Carpina, que somava quase R$ 80 mil reais em equipamentos de proteção para nariz e boca.

“Essas provas já foram apresentadas para o Ministério Público Federal, ao Ministério Público Estadual, ao Tribunal de Contas, as minhas denúncias não são anônimas, tem lá meu nome, eu procuro as pessoas envolvidas nesses processos, porque como são recursos federais, verbas de combate ao Covid é repasse do Governo Federal então a competência desse recurso cabe ao Ministério Público Federal. Essas denúncias, inclusive, foram feitas através do meu e-mail, com a minha identificação, com o meu CPF, com os meus dados, porque eu tenho a convicção de que tem irregularidades nessas compras”, relatou.

Segundo Diogo Prado, esta denúncia específica é em relação a três compras, onde duas já somam quase R$ 80 mil. “Me chamou a atenção, como a Prefeitura de Carpina achou essas duas empresas em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, pra comprar máscaras, sendo que essas empresas não têm divulgados telefones na internet, nenhum site onde possa ver a possibilidade de compra pela internet, então eu formulei de início um pedido de informação à Prefeitura, através da Lei de Acesso à Informação, no dia 8 de maio desse ano, onde eles tinham um período de resposta de até o dia 28 de maio, podendo ser prorrogado até o dia 7 de junho, o repasse dessas informações, para o cidadão Diogo Prado que solicitou. Como era esperado, a Prefeitura não passa as informações, eu tive que ir até Ribeirão Preto para verificar a existência dessas empresas, e lá, minha suspeita se confirmou, nenhuma dessas empresas estava no endereço registrado pela Receita Federal”, denunciou.

De acordo com Diogo Prado, uma das empresas na verdade está localizada em um condomínio residencial. “ Eu falei com o proprietário e ele disse que não teria problema nenhum em me passar a documentação, e eu pedi que ele me passasse uma documentação que comprovasse que ele vendeu as máscaras para a Prefeitura de Carpina, e quando a gente veio analisar uma compra de 23 mil reais, ele veio me mostrar uma nota fiscal de compra de mercadoria. O curioso é que essa compra era de 50 máscaras a preço de 75 no total. O fornecedor que forneceu 23 mil reais de máscaras, comprou 75 reais de máscaras para o estoque dele e com aqueles 75 reais ele fez 23 mil reais de vendas para a Prefeitura. É uma coisa que não se encaixa, não se justifica a ausência de informações que eu pedi a Prefeitura do Carpina.

Para a outra empresa, ele relata que após muita procura, conseguiu encontrar o proprietário e se deparar com mais irregularidades. “quando eu questionei a segunda empresa, me disse que não passaria nenhuma informação e que estavam estranhando muito o meu pedido de informação pra eles e me passaram um e-mail para a Secretária de Saúde de Carpina, a Srª Jacilene e me copiaram nesse e-mail, e eu reforcei meu pedido enquanto cidadão diretamente à Prefeitura do Carpina, que me fossem apresentados os documentos que de fato essas máscaras foram fornecidas pra Carpina. Só que como já é de se esperar dessa gestão, não teve nenhuma informação partindo da Secretaria de Saúde do Município. Então a gente percebe com essa ausência de informações, que há um interesse de esconder a verdade, que há um interesse de que o cidadão não tenha acesso às informações que são de interesse público, porque se trata de dinheiro público”, enfatizou.

Além de irregularidades em verbas da Covid-19, Diogo Prado também relatou outras denúncias constatadas na cidade, como a de um maqueiro que atendia pacientes na Unidade Mista na área de isolamento do coronavírus e na área normal, transitando entre um local e outro.

“Teve uma situação em que ele foi acionado pela diretora da Unidade Mista pra ele sair imediatamente da área de isolamento do Covid, e correr pra atender uma senhora que não tinha nenhum sintoma do Covid, para ser colocada em uma ambulância de emergência. Ele se negou, mas se negou por cautela, porque precisava passar por um processo de desinfecção, para não levar infecção para essa paciente. E por conta dessa prudência dele, a direção da Unidade Mista aplicou uma advertência porque ele não quis fazer a coisa errada que foi imposta a ele. Então a gente vê uma falta de respeito com a vida humana, uma precariedade na prestação de serviço, uma forma amadora de tratar a saúde na nossa cidade, que a gente não pode deixar passar despercebido”, destacou.

Outro caso relatado por Diogo durante a entrevista, foi o de uma senhora que estava em tratamento contra o Covid na cidade. “Ela foi internada na área de isolamento, passou um longo período lutando contra o vírus e até que ela recebeu alta da equipe médica da Unidade Mista. Ao receber a alta, a Prefeitura fez um vídeo em homenagem a essa senhora, onde atestava que ela teria vencido a Covid. Isso foi de manhã, de madrugada essa senhora faleceu em casa, e o diagnóstico foi por Covid”, enfatizou, dizendo que há provas de que a causa da morte foi devido ao vírus.

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