Mostra de cinema é levado aos engenhos da Mata Norte

A Mostra Rural de Cinema, realizada pela Associação dos Filhos e Amigos de Vicência (AFAV) e pelo Ponto de Cultura Poço Comprido, chegou neste sábado (06) ao Distrito de Angélicas.

Por Jefferson Elias 08/12/2014 19:12 • Atualizado 08/12/2014
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Mostra de cinema é levado aos engenhos da Mata NorteSeguindo entre as várias elevações geográficas do relevo da cidade de Vicência a equipe já projetava a expectativa de mais um dia de cinema em alguma comunidade rural. O rumo dessa vez era o Distrito de Angélicas, a alguns quilômetros do centro. A Usina Laranjeiras vista bem pequenininha e a bela paisagem cada vez mais alta indicavam que o destino final estava próximo. Os povoados, as vastas plantações de banana e cana de açúcar, as estradas de barro vermelho, e o sol que furtava a vista em cores. Todas as imagens ali seriam de cores e poesia.

A Mostra Rural de Cinema, realizada pela Associação dos Filhos e Amigos de Vicência (AFAV) e pelo Ponto de Cultura Poço Comprido, chegou neste sábado (06) ao Distrito de Angélicas. A iniciativa tem o incentivo do Funcultura, parceria do Festival Canavial e escolheu a frente do Centro Comunitário para aportar o telão. Pronto! Nesse momento, a ansiedade e curiosidade já tinham contagiado a um monte. Primeiro, as crianças que passavam correndo de bicicleta na rua larga para espiar, logo depois as donas de casa que espreitavam nas janelas e portas, até um grupo de senhores sentado no banco perto do campinho de futebol questiona o tipo de filme que passaria na tela que estava sendo montada.

Vai passar o maracatu rural, o menino que procura o pai caminhoneiro, o rapaz que saiu do interior para cidade grande, o engenho Poço Comprido, o trabalhador da charrete e o coice no peito. Curtas metragens nacionais. Nos filmes exibidos, a cultura rural sairia do plano de fundo para se projetar na tela principal.

Mostra de cinema é levado aos engenhos da Mata Norte-peJá de noite, a rua larga foi aos poucos sendo tomada pelos moradores. Nas cadeiras, apenas os menos tímidos já estavam sentados. Nas calçadas e batentes das casas, muitos aguardavam a sessão começar acomodados nas suas cadeiras de balanço ou tamboretes. No canto da rua, teve quem se recostasse num caminhão de cana parado ali, ou fizesse das bicicletas e motos assentos garantido para o cinema.

Após o inicio do primeiro curta mais gente chegava, o público crescia: trinta, cinquenta, oitenta pessoas. Pais com seus filhos, casais de namorados, teve até quem chegou do trabalho e ficou por ali mesmo, e quem parou um pouquinho o trabalho na bodega da rua para apreciar o cinema pela primeira vez.

A projeção provocou risadas e vários comentários. “Tú vai ver todos os ‘balão’ vai ir para casa dela!”, um tentava adivinhar o final do filme; outro duvidava do seu desfecho final “Ôxe, é mentira! Ele não vai dirigir o caminhão não! Ele é criança quem ensinou a ele?”. Da certeza do fim, o público nem quis levantar das cadeiras, ficou o gostinho de quero mais. A Mostra Rural de Cinema será comentada por muitos dias na comunidade de Angélicas e alimenta o desejo de que outra oportunidade venha em breve.


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