Festival Canavial proporciona forma de jovem capixaba‏

O trabalho de articulação da rede canavial na Zona da Mata Norte de Pernambuco expandiu suas ações e integrou diversos parceiros ao movimento.

Por Jefferson Elias 26/11/2014 11:10 • Atualizado 26/11/2014
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festival-canavial-proporciona-forma-de-jovem-capixaba‏O trabalho de articulação da rede canavial na Zona da Mata Norte de Pernambuco expandiu suas ações e integrou diversos parceiros ao movimento. Entre eles está o Centro Cultural Caieiras (CECAES), em Vitória (ES), que receberam consultoria e capacitação de Afonso Oliveira, coordenador geral do Festival Canavial.

Em maio deste ano, com a Rede Canavial participando do Festival da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), em Guarapari (ES), foi possível conhecer ainda mais o trabalho realizado pelo CECAES. Há 15 anos, eles realizam um trabalho social com crianças e jovens, de 8 a 29 anos, da comunidade Ilha das Caieiras, tendo como foco principal a perpetuação da tradição do Congo. Em 2006, o Centro foi reconhecido como Ponto de Cultura Manguerê, e as ações aumentaram com a realização da oficina da palavra, com o Ponto de Leitura Tia Laura, oficina de música, teatro, circo, fotografia, áudio e vídeo.

O CECAES possibilitou mudanças na comunidade local, envolvendo os jovens em ações formativas e muitos integram o grupo Manguerê, como músicos percussionistas, e já fazem parte do centro como monitores e agentes culturais, criando novas perspectivas para o futuro profissional. Entre eles, um destaque é a jovem Raiane Abranches, capixaba, de 23 anos, que integra a organização desde seu início.

Ela começou ainda criança, aos 10 anos, participando como aluna na oficina de congo, seguiu nas oficinas de música para aprender percussão. Em 2005, entra para o grupo Manguerê, e decide fazer dessa atividade sua profissão. Com tanta coisa para aprender, uma vontade e dedicação imensurável, em 2007, a equipe de gestão do CECAES a envolve no trabalho e a torna multiplicadora para auxiliar na mobilização local. A partir daí, seu trabalho só cresceria, tornou-se instrutora, produtora cultural, e hoje auxilia na gestão do Centro Cultural.

Envolvida de sentimentos ao falar sobre sua história e trajetória no CECAES, Raiane mostra que fez dessa ação seu grande projeto e reconhece a oportunidade. “O CECAES mudou a direção da minha vida”, afirma emocionada. Um orgulho para toda equipe e um exemplo para todas as mulheres da comunidade da Ilha das Caieiras.

Sua experiência com produção de evento aconteceu em 2011 e 2012, nas edições do Festival Torta Black, realizado pelo CECAES e pelo grupo Manguerê. O evento proporciona a interação e promoção de várias manifestações da cultura negra. Para aperfeiçoar seus conhecimentos, Raiane, chegou ao Canavial. Jeito tímido, olhos curiosos, e muita dedicação. Esteve em terras férteis – Nazaré da Mata, Aliança, Vicência, Goiana, Recife, Olinda – durante 30 dias para residência. Em um mês se dedicou à produção do Festival Canavial, além de ensinar e aprender novas formas de trabalho e convivência. O sentimento de amizade, esse se alastrou por todos esses cantos. Aluna sempre presente no dia a dia do Pontão de Cultura Canavial, ou nos cursos Método Canavial de produção cultural.


Hoje, ela se despede do Festival Canavial e volta a Ilha das Caieiras. “Aprendi muitas coisas, que vou levar pra sempre comigo, seja no profissional ou pessoal. Com certeza vou pisar no solo capixaba sendo a mesma Raiane de sempre, porém com muito mais conhecimento, responsabilidade, dedicação, atenta, curiosa, amorosa e com muito mais vontade de trabalhar com Cultura Popular. Já estou colocando em prática tudo que aprendi. Tudo foi muito válido, muito importante, um aprendizado a cada dia”, relata sobre a experiência. Uma mesma Raiane partindo dos canaviais, só que agora uma catirina danada.


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