A Justiça, através da Vara Criminal de Carpina, condenou a mais de 35 anos de prisão o jovem Thallys Emanoel Medeiros da Cunha, 24 anos, conhecido como “Lulu”, pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), ocultação de cadáver e fraude processual.
Lulu teria assassinado, no dia 19 de julho, do ano passado, seu pai, sua mãe e sua irmã. O crime ocorreu na residência da família, na Rua Rádio Clube, no bairro do Cajá, e os corpos foram carbonizados, juntamente com o veículo da família, no Engenho Alcaparra, na zona rural de Nazaré da Mata.
Em depoimento, Thallys confessou ter contratado uns “camaradas” para assaltar sua família. Os criminosos teriam que lhe devolver a quantia de R$ 5 mil, para quitar um débito contraído com um agiota. Mas o plano deu errado após um dos criminosos ter assediado sua irmã. Manoel Ferreira da Cunha, pai de Thallys, reagiu à investida em sua filha e foi morto pelos bandidos. Na ação também foram assassinadas a irmã, Thaynara Emanuelle Medeiros da Cunha, e sua mãe, Marcilene Maria Medeiros da Cunha.
Os corpos foram colocados no veículo da família e levados para zona rural de Nazaré da Mata, onde foram carbonizados. O veículo queimado foi localizado, no dia seguinte, por trabalhadores rurais que acionaram a polícia.
Através da placa do carro foi identificada a proprietária do automóvel, que se tratava de Marcilene. Como não havia registro de roubo, policiais civis foram até a residência da mulher, comunicar sobre a localização do carro, encontraram Thallys, que disse aos policiais que seus familiares haviam ido ao hospital de Nazaré, socorrer sua irmã com problemas gástricos.
A partir daí foram iniciadas as investigações, onde os corpos foram encontrados dentro do veículo carbonizado. Thallys esteve no local, onde estava sendo feita a retirada dos restos mortais por uma equipe do IML. Horas depois ele terminou preso, confessando o crime.
A casa já havia sido pintada, no intuito de esconder marcas de sangue no imóvel, que foram localizadas durante perícia, além de roupas queimadas no quintal.
Apesar de ter dito que havia contratado os criminosos, Thallys, depois, em depoimento disse que agiu sozinho.
O jovem foi condenado a pena de 35 anos e sete meses de prisão, em regime fechado, sendo cumprido na Penitenciária Drº Ênio Pessoa Guerra, em Limoeiro.
A justiça ainda o excluiu da linha sucessória da família, para não ter direito a nenhum bem que havia ficado em nomes de seus parentes mortos.
Devido aos requintes de crueldade e a repercussão do caso, Thallys foi sentenciado, sem ir a júri popular.
A sentença foi deferida no dia 24 de fevereiro deste ano, pelo juiz de direito André Rafael de Paula Batista Elihimas.