Oi Fibra Transforma-se em Nio: O Que Muda e os Planos para Retomar o Crescimento no Mercado de Banda Larga

Por Rafael Santos 20/03/2025 11:55 • Atualizado Há 4 dias
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A recente transição da Oi Fibra para Nio marca um momento significativo no mercado de telecomunicações do Brasil. Após a venda da operação de banda larga da Oi para a V.tal, controlada por fundos do BTG Pactual, por R$ 5,75 bilhões, a nova marca surge com a promessa de revitalizar o serviço e competir em um setor dominado por gigantes como Claro e Vivo. 

Este artigo explora o que essa mudança representa para os clientes, as estratégias da Nio para retomar o crescimento e o impacto no cenário competitivo da internet fixa, trazendo uma visão clara e acessível sobre o tema.

Contexto da Mudança da Oi Fibra à Nio

A venda da Oi Fibra, concluída em 28 de fevereiro de 2025, foi um desdobramento da recuperação judicial da Oi, que enfrentava dificuldades financeiras há anos. A V.tal, uma empresa focada em infraestrutura de fibra óptica, adquiriu a operação para transformá-la em uma nova entidade independente chamada Nio. 


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Com 4 milhões de clientes e uma rede que cobre 22 milhões de endereços, a Nio já nasce como a terceira maior provedora de banda larga do país, com 8% do mercado. A escolha do nome “Nio” reflete a intenção de trazer frescor e inovação a um serviço já consolidado, mas que vinha perdendo terreno para concorrentes mais agressivos.

Impacto para os Clientes

Para os usuários da antiga marca, a transição promete continuidade. Os planos, preços e canais de atendimento relacionados à Oi Fibra permanecem inalterados no curto prazo, com a migração para a Nio ocorrendo gradualmente nos próximos meses. 


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A empresa assegura que os clientes não precisarão tomar nenhuma ação, e a receita média por usuário, de cerca de R$ 92, deve se manter alinhada ao mercado. No entanto, a promessa de um atendimento mais transparente e personalizado sinaliza uma tentativa de melhorar a experiência do consumidor, que havia sido afetada pela instabilidade da Oi nos últimos anos.

Um Novo Começo com Desafios

Apesar de herdar uma base sólida, a Nio enfrenta o desafio de reverter a perda de clientes, especialmente no segmento empresarial, que migrou para concorrentes devido às incertezas da Oi. A nova gestão, liderada por Marcio Fabbris, aposta em estabilizar o negócio antes de buscar expansão, focando em recuperar a confiança do mercado. Esse cenário inicial define o tom para uma estratégia que combina herança operacional com uma visão renovada, mas que ainda precisa provar sua eficácia em um setor altamente competitivo.

Estratégias da Nio para o Futuro

A Nio planeja concentrar seus esforços iniciais no crescimento orgânico, investindo na construção de uma marca forte e na atração de novos clientes nas regiões onde já atua. 

Sob o comando de Fabbris, um executivo com experiência na Vivo e Equifax Boa Vista, a empresa pretende reforçar sua equipe comercial, que havia sido negligenciada na gestão anterior. A meta é aproveitar a extensa rede de fibra óptica para aumentar a penetração nos 22 milhões de endereços cobertos, sem depender de aquisições ou expansões geográficas no curto prazo.

Foco em Transparência e Serviços Digitais

Um dos pilares da Nio é oferecer uma experiência mais clara e confiável aos usuários, evitando surpresas em preços ou condições dos planos. Além disso, a empresa quer se diferenciar ao ampliar parcerias com serviços digitais, como plataformas de streaming, seguindo uma tendência comum no setor. 

Essa abordagem busca agregar valor aos pacotes, mantendo a competitividade sem entrar diretamente na guerra de preços com Claro (10,2 milhões de clientes) e Vivo (7,4 milhões). A receita anual de R$ 4,5 bilhões dá à Nio uma base financeira para sustentar esses planos iniciais.

Sustentabilidade a Longo Prazo

Embora fusões e aquisições sejam frequentes no mercado de banda larga, a Nio descarta essa estratégia por enquanto, priorizando a sustentabilidade orgânica. Fabbris destaca que, após a fase de estabilização, a empresa estará pronta para crescer de forma independente. 

A governança separada da V.tal, com uma equipe que mescla ex-executivos da Oi e novos nomes como Luiz Peixoto (tecnologia) e Patrícia Pasquali (dados), reforça a autonomia da Nio. Esse foco em um modelo enxuto e eficiente pode ser a chave para competir em um mercado fragmentado por provedores regionais.

Impacto no Mercado de Banda Larga

Competição Renovada

A entrada da Nio como uma operadora independente, mas respaldada pela infraestrutura da V.tal, injeta nova energia na disputa pela liderança em banda larga. Com Claro e Vivo dominando o mercado, a Nio tem o desafio de se posicionar como uma alternativa viável, especialmente em regiões como o Rio de Janeiro, onde tem forte presença. Sua abordagem centrada no cliente e na qualidade do serviço pode pressionar concorrentes a ajustarem suas estratégias, beneficiando os consumidores com mais opções.

O Papel da V.tal no Setor

A V.tal, ao criar a Nio, assume um papel duplo: fornecedora de rede neutra e controladora de uma operadora de varejo. Essa configuração, embora planejada para operar de forma independente, levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse com outras operadoras que utilizam sua infraestrutura, como TIM e Claro. 

A longo prazo, a Nio pode explorar redes de outros provedores, mas, por ora, depende da V.tal para manter sua operação, o que reforça a influência do BTG Pactual no setor de telecomunicações.

Perspectivas para o Consumidor

Para os usuários, a chegada da Nio pode significar um serviço mais atento às suas necessidades, com promessas de agilidade e personalização. 

A estabilidade financeira trazida pela venda à V.tal também reduz os riscos associados à antiga Oi Fibra, potencialmente atraindo de volta clientes perdidos. Se a Nio cumprir sua visão de transparência e inovação, o mercado de banda larga pode ganhar um competidor que equilibre qualidade e acessibilidade, desafiando o status quo em um setor essencial para a conectividade no Brasil.

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