A noite da última quarta-feira (24), na igreja Nossa Senhora do Desterro, na cidade de Itambé, foi marcada pela celebração de uma missa em memória de 15 anos do falecimento do advogado e defensor de direitos humanos, Manoel Mattos.

A cerimônia contou com a participação de amigos, familiares e grandes lideranças políticas que marcaram a história e o legado deixado por Manoel. Entre elas, a senadora Teresa Leitão, o ex-deputado federal Fernando Ferro, a deputada federal Maria Arraes, lideranças do município de Itambé, como o vereador Ronaldo Fernandes, e presidentes do Partido dos Trabalhadores da região.

A pré-candidata a prefeita de Itambé e filha do saudoso Manoel Mattos, Manuella Mattos, esteve presente e destacou a importância de manter viva a luta do pai.

“Durante estes 15 anos, fazemos questão de manter viva a luta de meu pai, pois seguimos sonhando com uma sociedade mais justa e igualitária. Seu sonho segue vivo em cada um de nós! Manoel se tornou um mártir pela luta de direitos humanos em Pernambuco e no Brasil, e através da advocacia popular, cumpriu um papel fundamental contra quem tentou calar os mais pobres”, disse Manuella.

Desde sua morte, Manoel Mattos foi homenageado com o Centro Acadêmico Manoel Mattos, na Universidade Federal da Paraíba – UFPB, em Santa Rita-PB, Sala funcional na OAB-Pernambuco, Viaduto nas margens da Br 101 com a PE-75, no município de Goiana e atualmente está em tramitação no Senado Federal a inserção do defensor de direitos humanos, no Livro de Heróis e Heróis da Pátria.

Entenda o caso

Manoel Mattos foi assassinado, aos 40 anos, na cidade de Pitimbú, litoral Sul da Paraíba, no dia 24 de janeiro de 2009, vítima de arma de fogo. O crime aconteceu devido a notoriedade de Manoel na luta pelos direitos humanos e no combate à grupos de extermínios, na cidade de Itambé, zona da mata de Pernambuco.

Sua trajetória em militância social iniciou nos anos 2000, como sindicalista, atuando em causas trabalhistas. No ano 2000, candidatou-se a vereador de Itambé, pelo Partido dos Trabalhadores e conquistou a cadeira com a maior votação da história da cidade, até dias atuais.

Em 27 de Outubro de 2010, o Caso Manoel Mattos se tornou o primeiro Caso a ser Federalizado admitido pela Justiça Brasileira desde a criação do instituto, pela Emenda Constitucional 45/2004, conhecida como reforma do Judiciário.

Após dois anos de investigação, em 2012, o Tribunal de Justiça Federal da 5ª Região condenou dois policiais militares à prisão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em 2017, um terceiro policial militar foi condenado pelo mesmo crime.

O caso Manoel Mattos é um marco na história da luta pelos direitos humanos no Brasil. O assassinato do advogado e defensor de direitos humanos representou um ataque à democracia e à liberdade de expressão. A condenação dos policiais militares responsáveis pelo crime foi uma vitória para a Justiça e para a sociedade.