A Câmara de Vereadores de Goiana, município da zona da mata norte de Pernambuco, promoveu hoje, na sessão ordinária da casa, mais uma grande derrota ao atual prefeito Frederico Gadelha (PTB), aprovando requerimento que pede intervenção estadual no município por unanimidade.

O requerimento foi apresentado pela bancada de oposição da Casa José Pinto de Abreu, composta por sete vereadores, onde cinco destes foram eleitos no palanque do petebista em 21012. O pedido de intervenção está fundamentado em uma série de denúncias do legislativo, já apresentadas antes, na ocasião da votação para aprovação de uma CPI contar a gestão de Gadelha.

Na ocasião a bancada governista, barrou à criação da Comissão, numa votação apertada, sendo utilizado o voto de minerva do presidente, ficando o placar em 8 x 7 pró governo, impedindo assim a investigação ao executivo municipal.

Para surpresa de todos incluindo os aliados, após a derrubada da CPI, Frederico ajuizou ação judicial para apurar fraudes na Secretaria de Saúde do município, por desvios de mais de 400 mil reais, nas obras de reforma de quatro unidades de PSF.

Além de fraudes na saúde, outras irregularidades são citadas no requerimento (ver anexo), como contratações com sobre preços, obras paralisadas, caixa dois e contratações sem licitações e/ou com dispensas. Tudo já devidamente apresentado na ocasião da CPI.

O requerimento foi assinado pelos sete vereadores oposicionistas, Arnaldo Oliveira, Beto Gadelha, Olga Sena, Ramilson Ferreira, Paula Monteiro, Eduardo Batista e Zilde Barbosa. Também votaram a favor os seis da base do governo, Ana Silveira, Bruno Salsa, André Rabicó, Amanda Gomes, Valdete Cruz e Laércio Melo, formando o placar de 13 votos a favor da Intervenção Estadual no município. Não votaram o presidente Renato Sandré e Josemar Leite que faltou a sessão.

Para muitos o resultado desta votação é um expressivo recado ao chefe do executivo municipal, por parte da sua base aliada. Fred Gadelha tem altíssima rejeição popular, tendo perfil intransigente, centralizador e de pouco diálogo. Recentemente envolveu-se em celeumas com o servidor municipal, por não cumprir acordo de aumento de salário. Com a Jeep e Governo do Estado, por não querer dá isenção do IPTU para a montadora, algo já previsto no protocolo de intenções. Também com o conselho municipal de saúde, por querer contratar sem consultar o colegiado “OS” para gerir a saúde do município por 43 milhões por ano. Atitude que foi rechaçada pelo TCE e pelos conselheiros, contabilizando mais uma derrota e consequentemente mais desgaste para sua imagem e também, para sua duvidosa gestão.