Em novo pronunciamento na reunião plenária da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (17), a deputada Delegada Gleide Ângelo fez duras críticas ao governo do estado que, em quase seis meses de gestão, ainda não apresentou as diretrizes e direcionamentos do programa Juntos pela Segurança — anunciado pela governadora como grande carro chefe na área de segurança pública.
“Como você extingue um plano como o Pacto pela Vida, onde havia reuniões semanais com pastas transversais do executivo e não coloca absolutamente nada no lugar? Estamos há mais de cinco meses sem um programa de segurança pública!! Onde está o Juntos pela Segurança? O que há nesse plano que nem eu, nem nenhum integrante da Comissão de Segurança Pública (da ALEPE) temos informações sobre ele!! Por isso, na próxima reunião da Comissão de Segurança vou fazer um requerimento solicitando uma audiência pública para tratar da segurança em nosso estado”, assegurou.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Defesa Social, só neste ano de 2023, os números relacionados a atos violentos e crimes tem crescido intensamente. São mais de 1.000 carros roubados por mês em todo estado; até o mês de abril, foram quase 10.000 queixas de celulares roubados, com a volta de assaltos em ônibus e a motoristas em corredores viários importantes como a Avenida Agamenon Magalhães. Além disso, só no mês de abril, o estado registrou o maior número de homicídios dos últimos 13 meses de sua história, com 322 assassinatos, sendo 1.231 o total de registros do ano até agora. Quando fazemos um recorte sobre mulheres assassinadas, já são mais de 95 ocorrências — os registros mais recentes foram duas irmãs assassinadas em Cajueiro Seco, em Jaboatão, na noite de ontem.
PACTO — O Pacto pela Vida foi lançado em 2007 e trouxe um modelo de política pública integrada da atividade policial, voltado para a redução de crimes violentos, com participação de outros setores sociais, como o Poder Judiciário e o Ministério Público. O programa é referência de gestão em segurança pública para todo país, defendido pelo secretário nacional de segurança pública, Tadeu Alencar, e já recebeu prêmios internacionais, como o do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Organização das Nações Unidas (ONU).
