MORAES – “Ligamos para a delegacia e não há sequer delegado para fazer as investigações”. Foto: Roberto Soares

A violência crescente em ações de assaltantes na Mata Norte provocou, nesta quarta (6), cobranças de deputados da região aos responsáveis pela segurança pública do Estado. Antônio Moraes (PSDB) e Botafogo (PDT) levaram o assunto ao Plenário, onde relataram o pânico da população das cidades e pediram à Secretaria de Defesa Social (SDS) melhorias nos quadros e na estrutura das polícias Civil e Militar.

Moraes descreveu que, nesta madrugada, 15 homens armados com metralhadoras explodiram uma agência do Banco do Brasil em Macaparana, espalharam grampos na rodovia de acesso ao município, queimaram carros nas ruas e atiraram contra a delegacia e viaturas. Segundo o deputado, casos semelhantes também ocorreram em Vicência, São Vicente Férrer, Riacho das Almas e Toritama. “Eu recebi imagens onde vi o pavor das pessoas de Macaparana. O policiamento só chegou duas horas depois, quando os bandidos já haviam feito o que queriam e desmoralizado todos”, narrou.

O tucano comunicou que, hoje pela manhã, procurou a SDS para pedir providências, mas não obteve sucesso. “Faço um apelo ao Governo do Estado, porque fui secretário de Segurança Pública numa época em que não havia dinheiro nem pessoal, mas a Delegacia de Roubos e Furtos tinha 200 agentes e quatro delegados. Hoje, a gente liga e não tem sequer delegado para fazer as investigações”, lamentou Moraes.

BOTAFOGO – “Os bandidos hoje têm mais poder que a polícia”. Foto: Roberto Soares

O deputado Botafogo juntou-se às críticas, avaliando que “os bandidos hoje têm mais poder que a

polícia.” O pedetista também pediu mais autonomia às secretarias dedicadas à segurança pública. “Quando fui prefeito em Lagoa do Carro, minhas reclamações por uma delegacia no município foram prontamente atendidas. Agora enfrentamos um verdadeiro exército, armado com metralhadoras, mas não sei a quem pedir providências”, afirmou.

Botafogo ainda aproveitou seu pronunciamento para reivindicar mais espaço para suas demandas junto ao Governo do Estado. Segundo o parlamentar, o município de Carpina – onde o pedetista mantém bases políticas – está “caindo aos pedaços”. “Vou completar um ano como deputado, mas até hoje nenhum pedido meu foi atendido. Hoje mesmo tive que alugar três carros para trazer pacientes ao Recife, porque a Upae (Unidade Pernambucana de Atenção Especializada) da minha cidade está parada”, queixou-se.