Frente em Defesa do Cooperativismo ouve entidades do setor sucroalcooleiro

Por Rafael Santos 13/09/2021 20:30 • Atualizado 13/09/2021
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O setor sucroalcooleiro esteve no foco da Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo, nesta segunda (13). Representantes das três cooperativas canavieiras localizadas na Zona da Mata pernambucana pediram atenção especial do Poder Público. Segundo eles, essas associações garantem ocupação e pagamento mais justo a cerca de 15 mil produtores, contribuem para a operação das usinas e movimentam a economia local.

“Neste primeiro momento, buscamos entender a dinâmica de funcionamento das cooperativas dos diferentes setores econômicos do nosso Estado. Assim, nós, parlamentares, conseguiremos nos articular para dar um apoio direcionado a esse modelo mais igualitário e horizontal de organização dos trabalhadores”, explicou o coordenador do colegiado, deputado Waldemar Borges (PSB), na abertura da reunião.

Cenário

Presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Alexandre Andrade defendeu a prorrogação da Lei Estadual nº 15.584/2015, que concede benefícios fiscais aos fabricantes de ​​álcool etílico hidratado combustível, com descontos especiais para cooperativas. A norma assegura o pagamento reduzido do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) até dezembro de 2022.

“Grande parte do faturamento das usinas, hoje próximo dos R$ 470 milhões por ano, é direcionada ao setor de serviços da própria região, com aquisição de insumos, maquinários e combustíveis. Isso resulta em uma arrecadação indireta de ICMS ao Estado e estimula a geração de empregos para os pernambucanos”, avaliou Andrade. Segundo ele, apenas a cooperativa do agronegócio dos associados da AFCP, a Coaf-Usina, reúne mais de 1.500 cooperados e foi responsável pela moagem de 750 mil toneladas de cana em 2020.

De acordo com Gerson Carneiro Leão, a Cooperativa do Agronegócio da Cana-de-Açúcar (Agrocan) impacta outros 2.500 trabalhadores, entre sócios e contratados. A organização arrenda, desde 2014, a Usina Pumaty, no município de Joaquim Nabuco (Mata Sul). “Esse tipo de entidade remunera melhor seus sócios. Se não fossem elas, os fornecedores estariam na mão de usineiros que querem pagar metade do valor devido pela cana”, argumentou. 

Presidente da Cooperativa de Fornecedores de Cana na Mata Sul (Cooafsul), Carlos Antônio de Albuquerque Filho elogiou a iniciativa da Frente Parlamentar. “É possível ver o impacto dessas associações na região. As cooperativas estimularam a recuperação de algumas usinas e fortaleceram o comércio nos municípios”, opinou o gestor.

“As cidades que contam com atuação dessas entidades de trabalhadores registram, em geral, índices de desenvolvimento humano superiores aos daquelas que não possuem”, enfatizou Malaquias Ancelmo, presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas de Pernambuco (OCB-PE). Conforme explicou, “existe um trabalho articulado entre os cooperados e as comunidades”.

Parlamentares

“Valeu a pena a Alepe mobilizar forças, lá atrás, para aprovar os benefícios fiscais que hoje beneficiam as cooperativas sucroalcooleiras. Essas organizações empregaram milhares de pessoas diretamente e contribuíram para a retomada das atividades de usinas da Zona da Mata”, disse o deputado Aluísio Lessa (PSB).

O deputado Antônio Moraes (PP) destacou, também, a articulação do Poder Legislativo com o Judiciário e o Executivo para evitar o fechamento de usinas nos últimos anos. “Quem viu os parques industriais parados no passado não poderia imaginar que viessem a operar novamente e favorecer tantos trabalhadores em uma região extremamente pobre. Nosso desafio, agora, será revalidar a Lei 15.584”, pontuou.

“O cooperativismo é essencial para gerar emprego e erradicar a pobreza. Quero me somar neste trabalho de apoio ao segmento”, afirmou a deputada Laura Gomes (PSB). “Contem comigo para contribuir com as entidades que buscam fortalecer o emprego e a economia de Pernambuco”, concluiu o deputado Erick Lessa (PP).

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