A Usina Olho D’Água, localizada na Mata Norte de Pernambuco, se consolidou como uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar da região ao adotar a irrigação como uma atividade essencial. A iniciativa, que começou a ser planejada nos anos 2000, foi uma resposta à grande seca da década de 90, que quase dizimou os canaviais e reduziu a produtividade para menos de 30 toneladas por hectare.

O diretor agrícola da usina, Ricardo Kleber Braga Gonçalves, conta que o negócio não seria viável sem a irrigação. Para resolver o problema da escassez de água, a usina precisou investir na construção de reservatórios, adutoras, redes elétricas e equipamentos para irrigação. A partir daí, a empresa passou a priorizar a irrigação, que hoje é considerada a atividade mais importante do cultivo da cana-de-açúcar.

A irrigação permitiu à usina expandir sua área de cultivo para 21 mil hectares, sendo 15 mil deles irrigados. Com isso, a produção saltou de 1,2 milhão de toneladas para 2 milhões. Os investimentos também resultaram na redução da perda de canaviais e no aumento da longevidade das plantações, o que gerou economia e competitividade no mercado.

A usina também começou a usar o sistema de irrigação por gotejamento subterrâneo, que otimiza o uso da água e permite a nutrição da cana. Com essa tecnologia, a produtividade aumentou para 140 toneladas por hectare, o que garante maior rendimento em açúcar por hectare.

Para Ricardo Kleber, a irrigação deu vida ao negócio e garantiu sua viabilidade. Ele ressalta que as tecnologias mais importantes para a produção de cana-de-açúcar são a irrigação, a variedade da cana e o bom manejo. Ele finaliza dizendo que, atualmente, “sem irrigação, ninguém mais se arrisca a plantar cana”.