Influenza: vacinação para crianças e gestantes começa nesta quarta

População deve ir aos postos de saúde munida da caderneta de vacinação. Profissionais irão analisar se há outras vacinas a serem aplicadas

Por Rafael Santos 10/04/2019 10:47 • Atualizado 10/04/2019
Compartilhe

Crianças de 6 meses a menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias) e gestantes já podem se vacinar contra a influenza a partir desta quarta-feira (10), com o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. Esse público, primeiro dos grupos prioritários a receber a imunização, deve comparecer aos postos de saúde munido da caderneta de vacinação, já que, neste ano, os profissionais de saúde irão analisar o documento para verificar se é preciso fazer alguma dose de outro imunizante.

Entre os dias 22.04 e 31.05, a vacinação será voltada para todos os grupos prioritários, formados, além das crianças e gestantes, por idosos (60 anos ou mais), puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores da saúde, professores das escolas públicas e privadas e povos indígenas. A campanha ainda contempla portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional. Ao todo, são 2.598.158 pernambucanos aptos a tomar a vacina. Isso significa um aumento de mais de 143 mil pessoas em relação ao ano passado, já que houve ampliação na faixa etária de crianças (anteriormente, era até menores de 5).

Em 2018, Pernambuco conseguiu vacinar 101,9% do público da campanha. De todos os grupos prioritários, só não foi alcançada a meta mínima de crianças (89,8%) – em todo o país, apenas dois Estados (Amapá e Goiás) atingiram cobertura igual ou superior a 90%. “Este ano, temos mais crianças a vacinar, por isso será essencial a mobilização dos gestores públicos na criação de estratégias para chegar até a essa população. Precisamos reforçar também com os pais e responsáveis a importância da vacina, que começa a dar proteção em duas ou três semanas após a imunização”, destaca a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo. Ela ainda lembra que crianças não vacinadas em anos anteriores devem tomar duas doses da vacina, com um intervalo de 1 mês entre elas. As que já fizeram esquemas anteriores e os demais públicos devem tomar apenas uma dose.

A vacina, produzida pelo Instituto Butantan, dá proteção contra três vírus da influenza – A(H1N1), A(H3N2) e B – e reduz as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza na população alvo. O Ministério da Saúde (MS) orienta que, em caso de doenças febris agudas, moderadas ou graves, deve se adiar a vacinação até a resolução do quadro, para evitar que se atribua à vacinação as manifestações da doença. 

Em caso de alergia ao ovo (pessoas que após ingestão apresentaram apenas urticária), não há contra-indicação, mas, em quadros clínicos específicos, como alergia grave, é importante que a imunização seja feita em ambiente adequado (local com urgência e emergência) e com supervisão de profissional de saúde que possa reconhecer e prestar atendimento em caso de alguma condição alérgica.

Para o grupo de portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, o MS mantém a orientação da prescrição médica, que deverá ser apresentada no ato da imunização, especificando o motivo da indicação da vacina.

ATUALIZAÇÃO – De acordo com o Ministério da Saúde (MS), os profissionais das salas de vacina devem aproveitar a ida da população aos postos para verificar se as cadernetas de vacinação estão atualizadas e, em caso negativo, fazer a aplicação das doses de outros imunizantes que faltam. “Precisamos aproveitar esse momento para focar também nas coberturas de outras vacinas do calendário nacional. Isso será essencial para ampliarmos nossos indicadores e evitarmos outras doenças imunopreveníveis”, reforça Ana Catarina.

CASOS – Até o último dia 16.03, foram notificados 671 casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag), quadro que pode ser provocado por diversos agentes (vírus, bactérias) e é caracterizado pela necessidade de internação de pacientes com febre, tosse ou dor de garganta associado à dispneia (desconforto respiratório). Desse total, 7 tiveram resultado laboratorial positivo para a influenza B.

Quando comparado com o mesmo período de 2018, com 184 casos, houve um aumento de 264% nas notificações de Srag. Desses 184, 5 positivaram laboratorialmente para influenza A(H1N1) e 9 para influenza A(H3N2).

O QUE É – A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. A transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada ao falar, tossir, espirrar ou pelas mãos, que após contato com superfícies recém‐contaminadas por secreções respiratórias pode levar o agente infeccioso direto à boca, olhos e nariz.

A doença é caracterizada por um início súbito de febre, tosse, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, mal-estar, dor de garganta e coriza. A tosse pode durar duas ou mais semanas. A maioria das pessoas recupera-se da febre e de outros sintomas dentro de uma semana. Complicações ou morte podem ocorrer especialmente em pessoas de alto risco.

Estima-se que uma pessoa infectada seja capaz de transmitir o vírus para até dois contatos não imunes. As crianças com idade entre um e cinco anos são as principais fontes de transmissão dos vírus na família e na comunidade, sendo possível a eliminação do vírus por até três semanas. 

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Mais do Giro Mata Norte