Covid-19: Goiana inaugura hospital de campanha

A unidade foi montada na área da Upinha de Goiana, na margem da PE-75, e abre as portas na quarta-feira (8)

Por Rafael Santos 06/07/2020 18:55 • Atualizado 06/07/2020
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Há três semanas sem novos óbitos, a população de Goiana ganha mais um equipamento de saúde voltada para o tratamento do novo coronavírus. A prefeitura anunciou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (6), a entrega de hospital de campanha especializado para casos da covid-19 na cidade. A unidade foi montada na área da Upinha de Goiana, na margem da PE-75, e abre as portas na quarta-feira (8). No total, serão 35 leitos de enfermaria e 5 de semi UTI.

No entanto, o secretário de Saúde Ricardo Alexandre informou que, nesse primeiro momento, apenas funcionarão 10 leitos de enfermaria e 2 leitos de semi UTI. A estrutura dará conta de estabilizar e regular o paciente em estado grave. “Se necessário, ele será encaminhado até uma UTI disponível. Caso essa estabilização recupere a função pulmonar, ele ficará no leito de enfermaria e ali prosseguirá seu tratamento”, falou.

O hospital foi financiado com recursos do município em parceria com a empresa produtora de papéis Klabin, que possui uma fábrica em Goiana. À prefeitura, a construção custou R$ 750 mil em obras e mais R$ 2,5 milhões em equipamentos e EPIS. A Klabin investiu R$ 1 milhão na causa.

“Doamos também 12 mil embalagens de papelão para empresas com o objetivo de transportar alimentos e material de higiene e limpeza; 60 mil itens de higiene para o Hospital Belarmino Correia; dois aparelhos de ar condicionado; 60 unidades de álcool em gel; 600 cestas de alimento para comunidades carentes e 6 mil itens de materiais de limpeza”, elencou Júlio César Boaventura, representante da marca.

De acordo com o prefeito em exercício Eduardo Honório, inicialmente o equipamento vai receber apenas goianenses. O atendimento não é por demanda espontânea; ou seja, é necessário ser encaminhado a partir das demais unidades de saúde de Goiana ou das unidades básicas de Tejucupapo e de Ponta de Pedra.

“Vai fazer a triagem, a equipe entra em contato com o médico do hospital de campanha, vai ser analisado o caso e, através da condições de cada paciente, vai apresentar a indicação”, explicou o prefeito.

A orientação é que casos mais graves sejam levados ao novo estabelecimento.

Hospital entregue depois do prazo

O hospital começou a ser construído em maio, com previsão de entrega no dia 30 de junho. O atraso, justificou o prefeito em exercício, foi por conta da compra de respiradores mecânicos.

“Você sabe a situação que o mundo todo tem em relação a esse aparelho. A gente encontrou uma certa dificuldade de obtê-lo para que pudesse abrir o hospital de campanha”, falou. “Para comprar é muito fácil. Mas eu n teria a coragem de mais tarde estar respondendo ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) por compras superfaturadas. Nos precavemos para não mergulhar nesses escândalos”, disse.

Ao todo, o equipamento conta com cinco respiradores, que, segundo ele, já estão montados.

A equipe de Obras também teve dificuldades com a infraestrutura da calçada em frente ao acesso do hospital. “Teve solo que precisou fazer reforço que não estava previsto o tempo da reforma. A gente já disponibilizou um acesso secundário”, garantiu a secretária da pasta, Isabella Soares Lopes

Município sem novos óbitos há 3 semanas

O secretário de Saúde mencionou que Goiana não teve nenhuma morte por coronavírus nas últimas três semanas. “Os dois óbitos registrados se referem ao período anterior, na semana de pico. O exame foi feito, mas só foi computado agora”, frisou.

O primeiro registro da covid-19 na cidade foi em 25 de março. “O nosso pico epidemiológico aconteceu mais ou menos na 22ª semana, onde tivemos o maior número de casos, entre 24 e 30 de maio. Nosso pico de óbito aconteceu na 20ª semana, entre 10 e 16 de maio, com doze óbitos. Só que hoje, desde o final de maio, o município vive uma estabilização, tendendo à redução no número de casos”, descreveu.

Ricardo Alexandre comemorou. “Na pandemia, o que causa essa mortandade é o colapso do serviço público”, comentou. “Ainda com toda essa melhora, nós ontem entregamos essa população da unidade pronto atendimento.”

Ainda assim, Eduardo Honório pediu a colaboração da população: “Procure usar o álcool em gel, a máscara, a higienizar as mãos”, destacou.

Goiana contabiliza hoje 624 casos confirmados e 52 óbitos.

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