Assentamento Luiza Ferreira, assistido pelo Iterpe, é referência na produção de tubérculos na Mata Norte

Por Rafael Santos 30/10/2020 09:49 • Atualizado 30/10/2020
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Mais conhecido na região da Mata Norte como Engenho Bonito, localizado no município de Condado, o imóvel rural que sedia o assentamento Luiza Ferreira vem se destacando pela produção de mais de 180 toneladas de tubérculos por ano e pelo cultivo de banana, entre outros alimentos. Com 202 hectares de terras regularizadas pelo Estado no ano passado, após 23 anos de luta da comunidade, a colônia agrícola formada por 68 famílias são acompanhadas pelo Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA).

As famílias rurais que compõem a Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Luiza Ferreira são responsáveis pela mudança no histórico de produção da monocultura da cana de açúcar na Mata Norte. Atualmente, as agricultoras e agricultores locais são detentores de uma cadeia produtiva diversificada de alimentos no Estado, dedicando 39% da área à produção de cará São Tomé, 4% ao inhame da costa e 10% à batata – onde são retiradas 34 toneladas do tubérculo. O cultivo da banana ocupa uma área de 34% do assentamento, representando algo em torno de 150 hectares, com uma produção de 134 toneladas da fruta. Também são cultivadas outras culturas de subsistência, como macaxeira, mandioca, milho, feijão, fava, verduras, frutas, produzidos sem utilização de agrotóxicos.

O assentamento Luiza Ferreira se destaca, ainda, pelo histórico de resistência e luta pela Reforma Agrária em Pernambuco, bem como é referência no seu processo de autonomia na administração das terras concedidas pelo Governo de Pernambuco. Em 2019, o Estado entregou 68 títulos de concessão da terra às famílias do imóvel, que vem se desenvolvendo de forma crescente através do exemplar trabalho coletivo, que é fruto dos esforços unificados dos trabalhadores e trabalhadoras que conquistaram um espaço de convivência bastante consolidado, com a construção de uma escola pública, sede própria com energia elétrica monofásica, estação pluviométrica e um poço artesiano de água doce.

 “Além da produção, o assentamento também tem a preocupação em reflorestar as áreas que devem ser voltadas à proteção ambiental. As terras do Luiza Ferreira possuem várias nascentes de água, que precisam ser preservadas para garantir o futuro da produção de alimentos”, afirmou a liderança do assentamento, mais conhecido como Paulo dos Coelhos, que está realizando uma ação de plantação de 7 mil mudas de árvores nativas, fruto de uma mobilização educativa que integra agricultoras, agricultores e jovens alunos das escolas públicas do município.

O Luiza Ferreira é responsável por abastecer as feiras do município e, por meio do título de concessão, conseguiram acessar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); além de Centros de Abastecimento de outros municípios. Além da produção, o assentamento é sede de diversos eventos das manifestações culturais da região, a exemplo das sambadas e brincadeiras de Maracatu Rural, Ciranda e Cavalo Marinho.

“O Iterpe tem um compromisso com as famílias assentadas que vai além da titulação das terras concedidas para o povo do campo produzir alimentos. As ações da Reforma Agrária contemplam também o acompanhamento sócio ambiental dos assentamentos Estaduais, trabalho que apoia o desenvolvimento da produção de alimentos de base familiar”, explicou o presidente do Iterpe, Altair Patriota.

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