Coluna Política | Será mesmo a “casa de todos os pernambucanos”?

Por Rafael Santos 17/01/2023 06:58 • Atualizado 17/01/2023
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Como é bom legislar em causa própria. E assim, os deputados estaduais votam, hoje, em sessão extraordinária, os polêmicos projetos que criam auxílios-saúde, alimentação e moradia para eles mesmos. Os novos benefícios vão gerar gasto extra que ultrapassa R$ 12 mil por cada um dos 49 parlamentares. Isso representa mais de R$ 600 mil por mês e ultrapassa a casa dos R$ 7 milhões por ano. E sabe quem paga todas essas regalias? Isso mesmo: o cidadão pernambucano.

Para indignar ainda mais a sociedade, as propostas foram apresentadas dez dias depois de terem aumentado os próprios salários em mais de R$ 4 mil, atualizando para R$ 29.469,99 em 2023. Escalonado até 2025, chegará a quase R$ 35 mil. Com remunerações bem acima da média da maioria dos trabalhadores, eles deviam entender que, apesar de não existir ilegalidade, isso é imoral. E o pior: todos silenciam, quando deveriam gritar em defesa da moralidade e do zelo com o dinheiro público.

E tem mais, leitor. A sessão, convocada como extraordinária, tem em vista o período de recesso, será realizado por meio remoto. Mas não haverá transmissão ao vivo pelo canal da TV Alepe, porque a direção da casa legislativa alega problemas técnicos. Coincidência ou não, a mesma justificativa dada para o dia da votação dos projetos que aumentaram os salários deles, da governadora, da vice-governadora e dos secretários estaduais. Transparência zero!

Gravatá – O prefeito Joselito Gomes (PSB) recebeu, ontem, vereadores da base e representantes dos marchantes para debater sobre o futuro do abatedouro público. Ainda não existe definição, mas as possibilidades são terceirização ou cessão. Do jeito que funciona atualmente não pode ficar. O gestor tem buscado diálogo com quem mais interessa. Isso é importante. Mas deu um prazo para decidir. Que não seja longo, pois existem problemas que não podem ser “empurrados com a barriga”.

Machados – O empresário Gustavo Plácido, irmão do ex-prefeito Cido, tem distribuído calendários com a foto dele nas casas e lojas da cidade. Gustavo tem o nome lembrado para disputar a prefeitura em 24, mas mantém discrição sobre o assunto. Caso queira mesmo ser candidato, precisa entregar pessoalmente, como fez a vereadora do Bom Jardim, Jêssica de Janjão (PSC), pré-candidata pela terceira via. Plácido precisa entrar na dança e não apenas ficar no ensaio.

Limoeiro – O colunista obteve, em primeira mão, a informação de que o grupo do deputado estadual Henrique Filho (PP) começou a planejar uma candidatura a prefeito. Um empresário foi convidado para encabeçar o projeto, mas ainda resiste. E como citei dias atrás, também iniciaram a operação “Junta Todos”. Inclusive, caso queira, o ex-vice-prefeito Marcelo Motta (Avante) terá espaço para compor. Possivelmente, o telefone dele vai tocar nos próximos dias. Se não já tocou!

Rápidas

Voltou – O ex-governador Paulo Câmara (PSB) retornou ao cargo de auditor de controle externo do Tribunal de Contas do Estado. Ele é servidor de carreira do órgão. As apostas de que socialista será convidado para compor o governo Lula continuam.

Eles também – Os ex-secretários estaduais Geraldo Júlio (Desenvolvimento Econômico) e José Neto (Casa Civil) também retomaram as funções no TCE. As portarias foram publicadas, ontem, no Diário Oficial, com efeito retroativo a primeiro de janeiro.

O povo quer saber – Qual deputado estadual votará contra a criação dos “auxílios regalias”?

Por Alfredo Neto

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