Entenda como funcionava o jogo de ‘caça ao pato’ do primeiro Nintendo

Por Rafael Santos 25/02/2022 11:57 • Atualizado 25/02/2022
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Se você viveu os anos 90 no Brasil e foi um daqueles que teve acesso aos primeiros games eletrônicos e ao primeiro console de sucesso da Nintendo, o Nintendo Entertainment System (também conhecido como NES ou “Nintendinho”) você provavelmente se lembra do jogo ‘Duck Hunt’, em que você tinha que usar um controle físico, em forma de pistola, para mirar e atirar em patos, simulando o esporte de caça esportiva.

Quem não viveu essa época ou não conheceu esse jogo pode ter ficado confuso a respeito do seu funcionamento. Se esse é o seu caso, você não leu errado. O jogo exigia que você apontasse um controle FÍSICO em forma de pistola para o local correto da tela, onde o pato estava.

Para um jogo que foi lançado em 1984, isso parece simplesmente impossível. Afinal, esse tipo de tecnologia só foi retornar ao mercado dos games mais de 20 anos depois, com consoles como o Nintendo Wii e o Xbox Kinect. Na época em que foi lançado, a maior parte do público simplesmente não conhecia o suficiente sobre a tecnologia envolvida no desenvolvimento de jogos, ao menos não a ponto de questionar o seu funcionamento. Hoje em dia, no entanto, essa é uma das dúvidas mais comuns dos gamers mais velhos: “como diabos funcionava o jogo de caçar patos do Nintendinho?”.

Muita gente especulou que o jogo era algum tipo de golpe ou fraude, e que os pontos e acertos que ele atribuía ao jogador eram  aleatórios. No entanto, quem jogou sabe que a pontuação não era arbitrária, e o jogo simplesmente funcionava. Mas como exatamente ele funcionava?

A resposta, por incrível que pareça, é muito simples. Não, não envolvia nenhum tipo de câmera ou complicado sensor de movimentos. Esses realmente só foram aparecer nos consoles por volta de 2006. Na verdade, a “pistola” do NES era basicamente um sensor de luminosidade, uma tecnologia bem mais simples e que existe há muitos anos. Além disso, a ponta da arma tinha uma lente, que servia para limitar o escopo do sensor a um único feixe estreito de luz, evitando que demais informações de luminosidade do ambiente interferissem no jogo.

O “truque” que eles desenvolveram para que o sistema do jogo desse certo é que toda vez que você apertava o gatilho, a imagem da tela mudava para uma tela preta com um quadrado branco onde o pato estava localizado. Se a arma estivesse apontada para o lugar certo, o sensor identificava o quadrado branco e acionava um mecanismo que confirmava para o jogo que você tinha acertado. Se você estivesse apontando para o lugar errado, o sensor não identificava uma fonte de luz suficiente pra acionar o mecanismo e você não marcava ponto nenhum.

O sistema contava até mesmo com um dos primeiros sistemas anti-cheat da história. Isso foi feito piscando uma tela completamente escura antes de mostrar o quadrado branco da “verdadeira tela”. A medida evitava que o jogador marcasse pontos simplesmente apontando a arma para uma lâmpada ou alguma fonte de luz brilhante.
Por mais que seja um sistema completamente simples e ultrapassado para os padrões tecnológicos atuais, é impossível negar que o jogo foi extremamente engenhoso e criativo, fazendo com que dúvidas sobre o seu funcionamento permaneçam vivas até hoje.

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