Goiana: MP recomenda a Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal cumprir medidas para humanização do parto

Por Rafael Santos 02/09/2015 00:58 • Atualizado 02/09/2015
Compartilhe

grande-uti_neonatal_040713O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou aos serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal de Goiana cumprir a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº36/2008 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Lei do Acompanhante e a portaria 371/2014 do Ministério da Saúde.

Segundo o promotor de Justiça Fabiano Saraiva, é um dever das unidades de saúde receber com dignidade a mulher, seus familiares e o recém-nascido, o que requer atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde e a organização da instituição de modo a criar um ambiente acolhedor e a instituir rotinas hospitalares que rompam com o tradicional isolamento imposto à parturiente.

Além disso, as unidades de saúde devem priorizar a adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas intervencionistas desnecessárias que não beneficiam a mulher nem a criança e, com frequência, oferecem maiores riscos.

De acordo com o texto da recomendação, os serviços de atenção obstétrica e neonatal de Goiana devem garantir a presença de um acompanhante escolhido pela gestante, providenciar alojamento conjunto da mãe e bebê desde o nascimento, promover ambiência acolhedora e ações de humanização da atenção à saúde, além de estabelecer protocolos, normas e rotinas técnicas em conformidade com a legislação e com as evidências científicas.

Além das melhorias no atendimento, os serviços de saúde devem consolidar os indicadores para enviar, nos meses de janeiro e julho de cada ano, os dados referentes aos semestres anteriores no formato previsto pela Anvisa.

A recomendação também prevê a adoção de medidas pela administração municipal de Goiana, que deve promover as melhorias necessárias no serviço público de saúde de modo a garantir o cumprimento da legislação, buscando meios e recursos orçamentários disponíveis, nas esferas estadual e federal. Goiana deve ainda elaborar proposta para adesão à Rede Cegonha.

Por fim, o município terá que promover campanhas de esclarecimento à população quanto à ocorrência de violência institucional no atendimento obstétrico e neonatal, observando os encaminhamentos necessários das situações eventualmente denunciadas, bem como o preenchimento da Carta SUS pelas usuárias, além de cursos de capacitação para atualizar os profissionais de saúde quanto às práticas de humanização do atendimento.
A recomendação faz parte das ações empreendidas pelo MPPE no âmbito do projeto institucional Humanização do Parto.

Deixe um comentário

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Mais do Giro Mata Norte