Com 693 mortes por dengue confirmadas, o Brasil já registrou no ano recorde de vítimas da doença, revela o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. É o número mais alto desde 1990, o dado mais antigo disponível. O recorde anterior havia sido registrado em 2013, com 674 óbitos.
As estatísticas consolidadas só consideram os registros de 4 de janeiro até o dia 29 de agosto, o que indica que o balanço final do ano pode ser maior. Ainda de acordo com o boletim, nos oito primeiros meses de 2015, houve 1,4 milhão de casos da doença, dos quais 1.284 foram classificados como quadros graves. O número de óbitos em 2015 é 70% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 407 pessoas morreram.
O recorde de mortes foi alavancado pela epidemia no Estado de São Paulo, onde 667,5 mil pessoas foram infectadas. Do total de brasileiros que morreram neste ano por causa da doença, 58% viviam em cidades paulistas, o equivalente a 403 óbitos. Goiás foi o segundo Estado com o maior número de mortes: 67, seguido por Ceará (50), Minas (47) e Paraná (24). Só quatro Estados não registraram nenhuma morte: Acre, Roraima, Sergipe e Santa Catarina.
CHIKUNGUNYA – O boletim epidemiológico do ministério também mostra avanço da febre chikungunya, doença similar à dengue, transmitida pelo mesmo mosquito, mas que raramente leva à morte.
Desde janeiro, já foram notificados 12.170 casos da doença, dos quais 3.948 foram confirmados e o restante está em investigação. Casos autóctones (de transmissão interna no País) já foram registrados em cinco Estados brasileiros: Bahia, Amapá, Roraima, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.