MPPE lança dúvidas sobre investigação de morte de PM em troca de tiros no interior de Pernambuco

Um policial militar, apontado como responsável pelo tiro acidental, foi indiciado por homicídio culposo

Por Rafael Santos 15/05/2023 15:34 • Atualizado 15/05/2023
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Com dúvidas em relação ao resultado das investigações da Polícia Civil, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) decidiu pedir o arquivamento do inquérito da morte do policial militar Felipe Correia de Oliveira, de 36 anos. A vítima foi atingida com um tiro na nuca durante perseguição a criminosos no Alto do Cruzeiro, em Paudalho, na Mata Norte do Estado. 

As investigações, que duraram um ano e meio, apontaram que o tiro que atingiu o cabo Felipe foi disparado acidentalmente por outro policial militar. O autor foi identificado como Wagner José Pascoal Pessoa, que foi indiciado pelo crime de homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

A pena para esse tipo de crime pode variar de um a três anos de detenção, em caso de condenação.

No relatório enviado ao MPPE, o delegado Ênio da Silva Maia destacou que os depoimentos dos PMs foram fundamentais para o esclarecimento, visto que a reprodução simulada não conseguiu apontar quem atirou no cabo Felipe.

O MPPE, no entanto, declarou que “os laudos periciais e demais diligências investigativas não comprovaram, de forma inequívoca, a autoria do disparo contra a vítima”. Por isso, foi solicitado à Justiça o arquivamento do caso. O juiz responsável pelo processo ainda tomará uma decisão.

O caso aconteceu em 24 de outubro de 2021. Os policiais receberam informações de que criminosos armados estariam em uma casa em Paudalho. Na chegada dos PMs, houve a troca de tiros. Além do cabo, outros dois suspeitos morreram – incluindo um adolescente.

Em depoimento, Wagner José Pascoal Pessoa disse que, em determinado momento, percebeu que o cabo Felipe estava caído no chão. Também afirmou que não sabia precisar se o tiro que atingiu o PM foi disparado por ele ou por outro colega de farda.

A perícia balística confirmou que o tiro que matou o cabo Felipe saiu de uma arma de fogo calibre .40, ou seja, a utilizada pelos policiais. No entanto, o resultado deu inconclusivo em relação a apontar de qual das armas o projétil saiu.

A reprodução simulada também não chegou a um resultado preciso. Apontou apenas que o tiro provavelmente saiu da arma de Wagner ou do outro colega que acompanhava os policiais. 

Ao ouvir os depoimentos dos PMs envolvidos e identificar que o tiro atingiu a nuca do cabo Felipe, o delegado concluiu que o disparo foi feito por Wagner, que estava logo atrás da vítima. 

No relatório enviado ao MPPE, o delegado destacou que o PM Wagner José Pascoal Pessoa agiu com “imprudência”, o que resultou no tiro acidental que atingiu o colega de farda. 

Do JC

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