
Durante três anos, Feu — popularmente conhecido como Feu o Japinha — viveu um ciclo de tensão e violência doméstica que marcou profundamente sua vida e a de seus filhos, João Miguel e Maria Clara. Mesmo diante de episódios de agressão, ele tentava preservar a unidade familiar. “O costume às vezes nos prende. A gente que é pai sempre tenta pelo bem da família. Às vezes a esperança mata”, relata.
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■ O último episódio
O episódio que definiu o rompimento final ocorreu no local de trabalho, na frente do filho mais velho. Segundo Feu, ele foi alvo de socos, chutes, cuspidas no rosto, golpes com capacete e até tesouradas — violência que chegou a atingir também João Miguel.
Ele acrescenta ainda que, em outra ocasião, chegou a ser agredido até durante uma volta pra casa em cima da moto. Segundo Feu, eram beliscões fortes e tapas contra o capacete. “Eu dizia: ‘Rapaz, pare com isso’. Tive que ir para o acostamento, parei a moto, e ela só parava naquele momento. Mas bastava eu acelerar novamente, que a agressão recomeçava. Eu pensava: ‘Meu Deus do céu, até em cima da moto… por que és assim?’”
“Eu pedia para respeitar a criança, mas não adiantava. Mesmo com o circuito de segurança filmando tudo, ela não se importou”, afirma.
■ Histórico de agressões
Feu relata que os episódios de violência não aconteciam apenas na casa da família:
“Já aconteceu em hotéis, em viagens… não era um problema restrito ao lar. A agressão surgia em qualquer lugar.”
■ Motivos de conflito
Parte das discussões começava quando Feu fazia observações sobre a rotina das crianças: horários de refeições, excesso de tempo na frente da TV, alimentação inadequada.
“Eu falava por preocupação de pai. Mas para ela, minhas reclamações eram uma afronta. Isso gerava discussão e, infelizmente, agressão.”
■ Convívio forçado e momentos confusos
Após a última agressão, Feu ainda permaneceu na casa por alguns dias, tentando manter um ambiente pacífico até reorganizar a vida.
“Dormíamos separados. Eu continuava minhas obrigações dentro de casa, cuidava das crianças. Em nenhum momento fui uma ameaça.”
Ele relata também momentos inesperados de proximidade:
“Teve noite que ela me abraçou, dormiu comigo e até me deixou fazer cafunés. Mas eram momentos que confundiam — não mudavam o padrão do que acontecia.”
■ Responsabilidade emocional
Feu admite que, em algumas discussões, acabou usando palavras mal colocadas na hora da raiva, mas reforça que isso jamais justificaria agressão física.
“Eu posso ter dito algo errado, mas isso não dá o direito de ninguém partir para violência.”
■ Reconhecimento do padrão
Em conversas, segundo Feu, a autora dizia que não sabia dialogar e “ia logo para agressão”. Para ele, essa admissão explicava o padrão repetido ao longo do tempo.
■ Quebra de confiança e ponto final
A decisão de seguir definitivamente sozinho veio após uma quebra de confiança, quando Feu descobriu que ela teria se envolvido com um ex.
“Ali eu parei de tentar. Já não tinha mais clima, nem respeito, nem esperança.”
■ O vídeo que vazou sem sua autorização
Apesar disso, o vídeo acabou vazando em grupos de WhatsApp.
Feu afirma que não foi o responsável.
“As imagens não estavam só comigo. Tinham sido enviadas para familiares dela e até para ela. Eu nunca quis expor ninguém. Só queria paz.”
O vazamento ampliou feridas que Feu ainda tentava entender.
■ Um comunicado ao público
Com a repercussão crescente de sua vida pessoal e para respeitar seu público, Feu publicou em seus stories uma nota formal informando que não possuía mais qualquer vínculo com a autora.
“Aquilo era necessário. Eu devia respeito a quem me acompanha, e também precisava deixar claro que a minha vida pessoal tinha tomado outro rumo.”
■ Reconstrução e propósito
Após deixar a casa, Feu voltou todas as forças para os filhos e para sua saúde emocional. Dessa experiência nasceu o movimento Protege Eles, voltado a apoiar homens e pais vítimas de violência doméstica — um tema ainda pouco discutido no país.
Hoje, Feu busca recomeçar com dignidade, focado no trabalho, nos filhos e nos movimentos sociais que criou. Sua história joga luz sobre um problema silencioso: a violência doméstica contra homens, muitas vezes invisibilizada.
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‼️ ALERTA IMPORTANTE – VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NÃO TEM GÊNERO ‼️
Se você, homem, mulher ou qualquer pessoa, sofre violência dentro da própria casa, procure ajuda imediatamente:
- Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher (violência contra mulheres e crianças).
- Disque 100 – Canal Nacional de Direitos Humanos (violência contra qualquer pessoa, inclusive homens).
- Polícia Militar / 190 – Casos de emergência.
- Delegacias e serviços de assistência social – Apoio psicológico e orientação legal.
Violência não tem justificativa. Violência não tem gênero. Violência tem solução — e começa quando você rompe o silêncio.


