A pouco mais de um mês dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Ana Claudia da Silva (Lalá), de 33 anos, pernambucana, natural da cidade de Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte do estado, segue firme para conquistar vaga no pódio. Essa será a segunda vez que ela participa de uma competição mundial no Japão.
Há sete anos consecutivos, ela ostenta o título de melhor paratleta do Brasil, das Américas, e a segunda melhor do mundo nos 100 metros rasos na classe T42 – para amputados ou com deficiência, e a primeira no salto em distância.
Filha única, de Maria da Conceição Moraes Martins, empregada doméstica, e José Eduardo da Silva, desempregado, Lalá, ingressou na vida esportiva ainda na infância. Sua paixão sempre foi o futebol. Porém, aos seis anos, sofreu um acidente doméstico que comprometeu o fêmur da perna direita. Mas isso não impediu que ela seguisse sua vida normalmente. Em 2014 ela descobriu sua vocação para o paratletismo.
O responsável pela mudança foi o antigo professor de educação física de Nazaré da Mata, que observou seu potencial esportivo e a encaminhou para o técnico Ismael Marques, do Núcleo de Educação Física e Desportivos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Foi ao lado dele que Ana ganhou notoriedade no cenário Internacional, nas provas de 100m e salto em distância na classe T42.
Durante a trajetória dos últimos sete anos, participou de competições no Brasil e no exterior, conquistou medalhas e quebrou recordes. Para os Jogos Paralímpicos 2021, não será diferente. Ela está otimista pelos resultados nas disputas que estão por vir.
“A minha expectativa para essa edição dos jogos é uma das melhores. Eu estou bem preparada, fisicamente e psicologicamente. A gente vem de uma preparação de cinco anos. Tivemos um corte de 2020, por conta da pandemia, quando seria realizado os jogos, e acabou que isso ajudou a somar mais tempo treinar melhor. Sigo em um ritmo muito forte, na minha melhor versão para garantir vaga no pódio” contou, animada a paratleta.
Ana Claudia faz parte da nova geração de paratletas femininas do país, e uma das principais promessas de medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Sua rotina de treinos, segue intensa, com mais de 4 horas de atividades, diárias, divididas entre os turnos da manhã e tarde, com saltos, corridas e academia. Além disso, vem recebendo acompanhamento especial de nutricionista, fisioterapeuta e preparador físico.
“ A expectativa para estreia de Ana Cláudia na Paralimpíada é muito boa. Ela tem condições de ser uma finalista dos 100 metros rasos T42, com passagem pela semifinal e com vaga para a final. E também tem condições de subir no pódio. A gente vem treinando muito forte para isso. Apesar dela ir para disputa com outras atletas que usam próteses, a gente vem em uma evolução de treino muito boa, e com as expectativas grandes para conquista de uma medalha” afirma o técnico Ismael Marques, que segue acompanhado de perto toda a evolução esportiva da jovem.
Atualmente, Ana, conta com uma coleção de mais de 50 medalhas de ouro, conquistadas em competições regionais e nacionais. Além disso, guarda ainda, mais 2 (duas) de prata, e 1 (uma) de bronze, do Campeonato Mundial de Doha, no Qatar, em 2016.
Os Jogos Paralímpicos serão realizados entre 24 de agosto e 5 de setembro de 2021. Na ocasião, ela será a única brasileira a representar a classe T42.
A data e os horários das fases eliminatórias, semifinais, e a grande final dos jogos ainda não foram confirmados pelo comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio.