Jeep paralisa produção por 15 dias

A paralisação coincide com um momento de dificuldade enfrentado pelas montadoras instaladas no Brasil em relação à exportação

Por Rafael Santos 10/09/2018 09:18 • Atualizado 10/09/2018
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Em razão da “persistência das condições de mercado”, o polo automotivo da Jeep, em Goiana, Região Metropolitana do Recife, decidiu estender o período de parada técnica para conclusão do inventário e manutenção preventiva da fábrica. O procedimento, que teve início em 30 de agosto e seguiria até a terça-feira (11), durará mais dois dias, sendo finalizado na quinta-feira (13). Justamente por causa da paralisação, os funcionários ligados à área produtiva do polo fabril da Jeep entraram em férias coletivas, já que, segundo comunicado da própria Fiat Chrysler Automóveis (FCA), não há produção de veículos no período.

Sem precisar quantos funcionários estão afastados das funções, a Fiat Chrysler apenas afirmou, em nota, que a paralisação é uma “operação padrão” que acontece periodicamente para garantir a “excelência da produção”, uma vez que o polo opera em três turnos. Até o dia 13, os três horários de trabalho não produzirão.

A paralisação coincide com um momento de dificuldade enfrentado pelas montadoras instaladas no Brasil, por conta da crise na Argentina – destino de mais de 70% dos veículos exportados do nosso País. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre janeiro e agosto de 2018, 344 mil carros foram enviados ao país vizinho. O volume é cerca de 4% menor do que o do mesmo período do ano passado. Já a produção brasileira, nos oito primeiros meses de 2018, chegou a 1,97 milhão de veículos, elevação de 12,8% em relação às 1,75 milhão de unidades produzidas em 2017.

Os problemas externos foram suficientes para fazer a Anfavea, ainda no mês de julho, rever o volume de exportações este ano. Ao invés de crescer os 4,5% projetados inicialmente, o envio de veículos para outros países deverá ficar estável, com 766 mil unidades. Para o presidente da associação, Antonio Megale, a revisão dos números levou em consideração, sobretudo, a situação econômica de Argentina e México, principais parceiros comerciais.

PRODUÇÃO

Desde o mês de março, a Jeep passou a funcionar durante 24h, aumentando a sua produção para 930 carros por dia. Da fábrica em Goiana, saem o Jeep Renegade e Compass e Fiat Toro.

Com a inauguração do terceiro turno, a quantidade de funcionários saltou para mais de 13.600, dos quais cerca de 4.850 são colaboradores na planta automotiva Jeep, 5.660 do parque de fornecedores e 3.100 terceirizados.

No último dia 26 de junho, em visita ao Brasil, o CEO da FCA América Latina, Antonio Filosa, anunciou a intenção de ampliar a capacidade da produção, à época de 250 mil ao ano, em mais mil unidades até 2022. O aumento na produção é parte do investimento de R$ 14 bilhões que o grupo FCA fará no Brasil nos próximos cinco anos.

Segundo Filosa, o montante também previa o lançamento ou renovação de 15 modelos da Fiat e 10 da Jeep e RAM (marce norte-americana de picapes), além da construção do segundo parque de fornecedores em Goiana, com atração de cerca de 20 novas empresas para a região. O atual parque de fornecedores já conta com 17 empresas.

JC Online

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