SES abre sindicância para investigar casos da câmeras no banheiros do José de Lima Júnior, em Carpina

Por Rafael Santos 24/10/2024 21:12 • Atualizado 24/10/2024
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A Secretaria Estadual de Educação mandou retirar, nesta quinta-feira (24), as câmeras de vigilância instaladas nos banheiros utilizados pelos alunos da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) José de Lima Júnior, no município de Carpina, na Zona da Mata Norte de Pernambuco.

A instituição disse também que abriu uma sindicância para apurar o caso. A medida foi tomada após alunos da escola denunciarem o caso.

As câmeras de segurança, presentes em todo o ambiente da escola, também estavam localizadas nos vestiários, apontadas para dentro do ambiente, o que causava desconforto entre os estudantes. Segundo a denúncia dos jovens, as imagens eram gravadas e podiam ser observadas numa tela na sala da diretoria da unidade de ensino.

Depois de o g1 consultar a Secretaria de Educação sobre o assunto, inicialmente o órgão informou que a escola estava “passando por uma reforma para modernização e ampliação” e negou que existissem câmeras dentro dos banheiros.

Com a publicação da reportagem, que mostrou fotografias enviadas pelas pessoas que denunciaram o caso, a Secretaria de Educação enviou outra nota.

No novo texto, a instituição disse que, “assim que tomou conhecimento da existência das câmeras no banheiro” da escola, “solicitou a remoção imediata dos equipamentos como forma de garantir as prerrogativas da privacidade dos alunos”.

A pasta informou também que técnicos da Gerência de Políticas Educacionais de Direitos Humanos e Cidadania foram à escola nesta quinta (24) para avaliar a situação.

Câmeras foram retiradas de manhã

Uma aluna entrevistada pelo g1, que pediu para não ser identificada por receio de represália, contou que os equipamentos foram retirados na manhã desta quinta (24) e, logo depois, o local da parede onde as câmeras estavam foi rebocado e pintado.

“Passaram massa para esconder que tinha um buraquinho e teve um momento em que mandaram todo mundo para a sala porque alguém chegou para verificar se tinha câmera, no meio da manhã. Mas não deixaram a gente ver. Colocaram todo mundo dentro das salas”, contou a jovem.

Outro estudante, que também pediu para não ser identificado, contou que as câmeras estavam nos banheiros até o fim das aulas da quarta (23) e que, na manhã desta quinta, ele e os colegas perceberam que os equipamentos tinham sido retirados e as paredes estavam rebocadas.

“Teve uma hora em que falaram que o pessoal da GRE (Gerência Regional de Educação) estava na escola, mas não deixaram a gente sair da sala para ver. Também disseram que teve alguém que queria gravar dentro da escola, mas foi proibido”, explicou o rapaz.

Além da instalação das câmeras do banheiros, os estudantes denunciaram que estavam proibidos de levar lanches para a sala de aula quando o refeitório — que não comporta todos os alunos — estava lotado.

Sobre essa queixa, eles disseram que a situação foi diferente nesta quinta e que cadeiras foram colocadas no espaço para que os alunos sentassem durante a refeição.

“A gente percebeu logo quando saiu o lanche das 10h. Tinha até cadeira para a gente sentar agora”, disse uma aluna.

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