
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, na última quarta (26), acatou por unanimidade a denúncia contra Jair Bolsonaro, repercutiu na reunião plenária da Alepe desta quinta (27). O ex-presidente vai a julgamento por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.
O deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) considerou a decisão, tomada pela Primeira Turma da Suprema Corte, uma farsa destinada a impedir a participação de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026. O deputado citou uma pesquisa do instituto Futura Inteligência, divulgada também nesta quarta, segundo a qual Bolsonaro supera o presidente Luís Inácio Lula da Silva em intenções de voto para as eleições de 2026. “A população brasileira reconhece que Jair Bolsonaro deve ir às urnas, e a maioria dos eleitores diz que quer votar nele”, avaliou.
Feitosa ainda criticou ministros do STF que, de acordo com ele, deveriam ser considerados suspeitos para julgar o ex-presidente, entre eles Flávio Dino, Cristiano Zanin e o relator do caso, Alexandre de Moraes. “Ele já fez várias declarações contra o Bolsonaro. Ele se referiu, ontem, como vítima. Como é que a vítima vai julgar quem possivelmente queria atentar contra a sua vida?”, questionou.
O pronunciamento foi apoiado nos apartes. Pastor Cleiton Collins(PP) concordou com a leitura de que há uma tentativa de tirar o ex-presidente da disputa eleitoral. Para o deputado, o governo Bolsonaro deixou um legado de honestidade e transformação no Brasil. No mesmo sentido, Renato Antunes(PL) afirmou que o julgamento se mostrou político, e não jurídico. Ele ainda apontou que o processo deveria tramitar na primeira instância do Judiciário, não no STF.
Em contraponto, Dani Portela (PSOL) afirmou que o Brasil vive um marco histórico na luta contra o autoritarismo e em favor da democracia e do fortalecimento das instituições públicas. Para ela, o 8 de janeiro não foi fruto do acaso, mas um projeto consciente de ruptura institucional levado adiante por um grupo organizado. A deputada salientou que, ao aceitar a denúncia, o STF mostra que ninguém está acima da lei.
A psolista frisou ainda a importância de legitimar a liderança do governo do presidente Lula e acentuou que o ex-presidente Bolsonaro não rasgou apenas a Constituição, mas atentou contra a soberania popular no País. “Sabemos que a democracia não é só uma palavra bonita e não se resume a um sistema político, mas é a garantia dos direitos do nosso povo, a construção contínua de um país que reduza as desigualdades. Nunca mais tente calar a voz do povo, da maioria”, exigiu.