Empresa de medicamento carpinense é acusada de fornecer remédio com o prazo de validade adulterado

O MPPE ingressou com uma ação civil para que o estado de Pernambuco não compre medicamentos produzidos pela Dermatoflora

Por Rafael Santos 08/07/2016 09:46 • Atualizado 08/07/2016
Compartilhe

De acordo com o Diário Oficial, desta sexta (08), o Ministério Público ingressou com uma ação civil, contra uma empresa de medicamento de Carpina, acusada de vender medicamentos com a data de validade adulterada. Com o objetivo de proteger o direito à saúde dos pernambucanos, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ingressou com ação civil pública com pedido de tutela de urgência na Comarca de Garanhuns para que a Justiça obrigue o Estado de Pernambuco a não adquirir, manter em estoque ou disponibilizar aos usuários das unidades públicas de saúde qualquer medicamento produzido pela empresa Dermatoflora Ltda, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por dia de descumprimento. O MPPE também requereu à Justiça a interdição imediata da atividade empresarial da Dermatoflora por cinco anos.

Segundo explica o promotor de Justiça Alexandre Augusto Bezerra, no texto da ação, a Vigilância Sanitária de Garanhuns constatou, em vistoria, que a Farmácia do Estado disponibilizou ao público o medicamento Colecalciferol (Vitamina D3) com o prazo de validade adulterado.

O relatório encaminhado pela Vigilância Sanitária municipal ao MPPE aponta erros de conduta da unidade da Farmácia do Estado em Garanhuns, que entregou o medicamento a uma paciente mesmo tendo constatado a rasura na embalagem, em contradição às boas práticas farmacêuticas.

Em inspeção na sede da empresa Dermatoflora Ltda, em Carpina, a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) identificou desrespeito à legislação sanitária e ao Regulamento Técnico de Boas Práticas Farmacêuticas. “O produto em questão não obedeceu os procedimentos da própria empresa, ou seja, 30 dias de validade à temperatura de 5 graus Celsius. Também foram contrariadas as normas técnicas, com a manipulação de diversas fórmulas sem justificação técnica”, relatou o promotor de Justiça.

No relatório da inspeção, a Apevisa afirma que a empresa não atende em sua plenitude os requisitos técnicos para a elaboração do medicamento, não sendo possível garantir sua eficácia. “Diante do exposto, o MPPE provoca a Justiça para que a população carente possa ser atendida com medicamentos dentro dos padrões vigentes, que possam atingir às necessidades curativas dos cidadãos”, complementou Alexandre Bezerra.

Além de encerrar a compra de medicamentos da empresa, o MPPE também pleiteia na Justiça que o Estado de Pernambuco seja obrigado a adotar um protocolo de segurança para a conferência da validade dos produtos farmacêuticos que adquire. Por fim, o Ministério Público solicitou à Justiça que o Estado receba indenização referente aos danos morais coletivos em função do recebimento de medicamento vencido.

Deixe um comentário

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Mais do Giro Mata Norte