A recente decisão do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), que elevou a tarifa básica de transportes da Região Metropolitana do Recife de R$ 2,45 para R$ 2,80, reflete mais uma promessa não cumprida pelo PSB Pernambucano. O partido, que administra o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife, vem se notabilizando nos últimos anos por não honrar seus compromissos de campanha.
»»Leia Também: Conselho aprova reajuste de 14,42% na tarifa do transporte público
Durante as eleições para o Governo do Estado, em outubro de 2014, uma das promessas do então candidato socialista Paulo Câmara foi criar uma tarifa única para a Região Metropolitana, no mesmo valor vigente na época: R$ 2,15. Após tomar posse, em 2015, uma das primeiras ações do governador foi aprovar o aumento de 14%, elevando a tarifa a R$ 2,45, percentual repetido agora, com nova elevação de 14%, para R$ 2,80. Agora, o Governo Paulo Câmara acumula um reajuste de 30% nas tarifas de ônibus, sem nenhuma discussão ou contrapartida em melhorias do serviço.
O deputado Silvio Costa Filho (PTB), líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, destaca que o reajuste penaliza ainda mais quem depende do transporte público. “No lugar de colaborar no enfrentamento à crise, o governo começou 2016 com aumento de impostos e agora da tarifa. Enquanto são obrigados a arcar com mais um reajuste, os usuários do sistema de transporte público aguardam, já sem esperança, que a promessa de criação da tarifa única seja implantada”, reforçou.
A deputada Teresa Leitão, vice-líder da Bancada de Oposição, ressalta o elevado índice do aumento. “O reajuste supera a inflação oficial de 2015 (10,67%), que já foi elevada, e o aumento do salário mínimo (11,67%), penalizando o trabalhador e o orçamento das famílias pernambucanas. É mais uma promessa não cumprida pelo governador do Estado”, destacou.
Hoje, a Capital pernambucana responde por cerca de 35% das 394 linhas de ônibus e das de 26 mil viagens diárias geridas pelo Consórcio Grande Recife. No entanto, a Prefeitura do Recife vem se portando como passageiro do processo, abdicando de fazer valer seu ponto de vista no CSTM. Para os parlamentares da Oposição, o prefeito Geraldo Júlio não pode silenciar, como tem feito, sobre essa discussão.
Para o deputado Edilson Silva (Psol), o Governo do Estado atuou junto aos empresários, em vez de agir como mediador do interesse público. “Um dos representantes dos usuários no Conselho pediu vistas com base no regimento (do órgão), e seu pedido foi negado. Mais uma vez faltou transparência no debate sobre aumento de passagem, criticou.
A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) cobra que as gestões do PSB cumpram as propostas feitas durante as campanhas eleitorais. Após o recesso parlamentar, os parlamentares da Oposição apresentarão um requerimento convidando o secretário das Cidades, André de Paula, que também preside o CSTM, e o diretor-presidente do Consórcio Grande Recife, Francisco Papaléo, para realizar um amplo debate sobre a situação do transporte coletivo e da mobilidade.