O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) foi até a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta quinta-feira (16) pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar atos de corrupção relacionados ao Poder Executivo. O grupo, encabeçado pelo presidente da organização, Áureo Cisneiros, tentou entregar o documento ao presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (PDT), mas não conseguiu ser atendido diretamente pelo parlamentar. Mesmo assim, foi recebido por assessores do pedetista que receberam a documentação e ficaram de encaminhar à Mesa Diretora.
O documento, que é assinado também por entidades da sociedade civil, cita investigações recentes relacionadas à administração estadual, como a Operação Torrentes, deflagrada na última semana, que visa combater o esquema de fraudes em contratos para a reestruturação de municípios da Mata Sul de Pernambuco após as enchentes de 2010 e 2017. O Sinpol ainda elenca os altos índices de violência para justificar a iniciativa.
“É de se estranhar que um governo imerso em tantas denúncias de corrupção não seja investigado por nenhum órgão ou instituição do nosso Estado. Precisou a Polícia Federal, a partir de informações anônimas, vir até aqui para investigar alguma coisa. Nem a Assembleia Legislativa, mesmo tendo uma considerável bancada de oposição, está cumprindo seu papel de fiscalizar o Executivo”, destacou Cisneiros.
Assinaturas
O deputado oposicionista Edilson Silva (PSOL), que se colocou à disposição para recolher assinaturas junto aos parlamentares, mas ponderou as dificuldades em instalar a CPI. “Nós vamos fazer o trabalho de buscar as assinaturas. Mas temos aqui praticamente 40 deputados que são da base do governo, que estão aqui para prestar continência ao governo. Lamentavelmente, não vejo como isso prosperar. Só com muita pressão da sociedade”, afirmou o psolista.