Queda no número de foliões e aumento da criminalidade marcaram o carnaval de Pernambuco deste ano. Entre a sexta-feira e a Quarta-Feira de Cinzas foram registrados cerca de 85 homicídios em Pernambuco, o que representou um crescimento de 35% em relação aos casos registrados em 2016 e fez de 2017 o ano com o carnaval mais violento desde 2010.
Além do número de assassinatos, segundo dados levantados pela Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), também cresceram os crimes contra o patrimônio e os assaltos a ônibus, com mais de 674 assaltos a coletivos contabilizados de janeiro até o último dia 28, segundo dados do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, num crescimento de 438% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o deputado Silvio Costa Filho (PRB), o crescimento da violência no Estado revela a falta de habilidade do Governo do Estado na área de segurança. “Infelizmente, vivemos este ano o carnaval do medo, com crescimento no número de homicídios, de roubos, assaltos a ônibus. E, no lugar de tratar o tema com transparência, o Governo de Pernambuco escolhe esconder os números, numa postura diferente da adotada pelos governos do PSB desde 2007″, lembrou o parlamentar, acrescentando que o governador já trocou o secretário de Defesa Social, o chefe da Polícia Civil e duas vezes o comando da Polícia Militar, mas os números não param de crescer.
Segundo o deputado Edilson Silva (Psol), as ações adotadas pelo Governo do Estado não vem surtindo efeito na redução da violência. “A criminalidade transbordou para as beiradas do Carnaval. O Governo não faz menção à queda do público nem às ocorrências no Interior, onde aconteceu a maioria dos casos. Isto mostra que o Governo priorizou os focos da folia mais midiáticos da Capital, mas abandonou as outras cidades. Os policiais da Força Nacional, que a Oposição solicitou e o Governo desdenhou, poderiam ter mudado estes números trágicos”, avaliou.
O deputado Joel da Harpa (PTN) ressalta a necessidade de reabertura de diálogo com a categoria para mudar esse quadro. “O Estado precisa retomar as conversas com os agentes de segurança. Em seu início, o Pacto pela Vida deu certo exatamente pela facilidade do diálogo. Não há como combater a criminalidade com a Polícia desaparelhada e sem ouvir os policiais. Afinal de contas, são eles que estão no front”, ponderou.
A deputada Priscila Krause (DEM) lembra a proposta que apresentou no plenário da Alepe de criação de um gabinete de crise para discutir e avaliar saídas para o atual quadro da segurança. “É preciso que o Governo do Estado tome a iniciativa de adotar medidas emergenciais para enfrentar os números da violência, que temos assistido atônitos se avolumarem. É preciso envolver todos os poderes e toda a sociedade nesse debate´”, defendeu.
Os parlamentares da Oposição reiteram o compromisso de contribuir para tirar o Estado da atual situação, que atinge a todos, independentemente de classe social ou coloração partidária. “A bancada de Oposição vai realizar uma audiência pública, ainda neste mês de março, sobre o Pacto pela Vida. É urgente uma rediscussão do Pacto com a sociedade e os deputados da Oposição continuam à disposição do Governo do Estado, como sempre estiveram, para ajudar na construção de uma alternativa para o combate à criminalidade, destacou Silvio.