Morre, aos 62 anos, Bio Caboclo vereador de Lagoa de Itaenga

O parlamentar morreu no Recife, onde se tratava de um câncer.

Por Rafael Santos 13/02/2022 22:45 • Atualizado 13/02/2022
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Faleceu neste domingo (13) o vereador da cidade de Lagoa de Itaenga, Severino José de Souza, 62 anos, conhecido como Bio Caboclo (MDB), que estava exercendo seu primeiro mandato na Casa José Cavalcanti Petribu.

Bio faleceu no Recife, no Hospital Barão de Lucena, onde se tratava de um câncer no estômago. Antes de ser internado no hospital da capital, Bio passou uns dias na enfermaria do Hospital José Fernandes Salsa, em Limoeiro, onde foi diagnosticado um derrame pleural.

O corpo do parlamentar será velado, a partir desta segunda-feira (14), na quadra da Escola Municipal João Vieira Bezerra, com início previsto para às 12h. O sepultamento ocorrerá na terça (15), às 10h, no Cemitério São Francisco de Assis, em Lagoa de Itaenga.

Pioneiro na participação das brincadeiras de cultura popular da região, como mestre de maracatu rural, coco de roda, ciranda e viola, o artista é natural de Glória do Goitá e consolidou sua carreira em Lagoa de Itaenga, município onde residia. Com nome de batismo Severino José de Souza, o mestre deixa esposa, cinco filhos e netos. Ele estava no primeiro mandato como vereador da cidade de Lagoa de Itaenga, pelo (MDB).

artista admirado na Zona da Mata tinha uma relação com a cultura popular desde a infância, quando morava na zona rural. Dentro do universo da arte, sua maior paixão era a criação de versos de improviso, talento que nasceu autodidata, sem necessidade de ir à escola ou à faculdade.

Ele iniciou sua vida nos palcos como cantador de viola. Iniciou a carreira artística como violeiro aos 18 anos, acreditando na arte do repente, como possibilidade de fugir da triste realidade de trocar sua terra pelo sudeste. Com o dinheiro da passagem que o levaria para São Paulo comprou a uma viola. Sua primeira cantoria foi na casa de amigos de seus pais. 

A vocação para repentista surgiu desde a infância quando acompanhava seu pai Zé Caboclo nos eventos culturais promovidos nas casas dos amigos. Seu pai cantava folhetos e versos de coco-de-roda tradicional nas festividades juninas.

Logo depois, tomou graça por outras artes, a exemplo de cantador de coco de roda, ciranda e mestre de maracatu rural. Aos 20 anos, foi convidado a ser mestre de maracatu, mesmo período em que começou a cantar o coco de roda.

Mestre Bio Caboclo também realizou apresentações em um programa de viola ao vivo, na extinta rádio Planalto de cidade de Carpina, na Zona da Mata do Estado. Desde sua inserção na cultura popular, entre a década de 90 e 2000, promoveu mais de oito festivais de cultura popular. Ao longo dessa caminhada já gravou vários CDs, e produziu mais de 150 músicas autorais.

Ao longo de sua vida, também foi mestre de vários maracatus rurais, entre eles: Leão Africano, Carpina; Leão da Serra, Lagoa de Itaenga; Pavão Dourado, Feira Nova; e Cambinda Dourada, Camaragibe.

O ‘‘Multipoeta’’ com seu talento artístico de violeiro, Mestre de Maracatu e Cantador de Coco de roda, apresentou-se ao longo de sua vida, de forma original e singular a cultura nordestina, em especial, a arte do coco de roda. Ao longo de cinco décadas, passou a ser chamado por seus admiradores de “Lenda viva da cultura”. Formou o Grupo Cultural Caboclo, que tem sua composição formado por filhos e netos, englobando o coco de roda, o maracatu rural, a cantoria de viola e a ciranda. 

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