
O advogado e ex-vereador Manoel Mattos, ex-aluno do curso de Direito da Unicap (turma de 1992), agora integra o Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria. O reconhecimento foi garantido com a aprovação do projeto de lei de autoria da senadora, Teresa Leitão (PT), no Congresso Nacional.
Símbolo da luta pelos direitos humanos no Brasil, Manoel Mattos dedicou sua vida ao enfrentamento de grupos de extermínio que atuavam na divisa entre Pernambuco e Paraíba. Advogado atuante em causas populares, assessorou juridicamente sindicatos e trabalhadores rurais, e em 2000 foi eleito vereador de Itambé com a maior votação da história do município.
Sua atuação política e jurídica desafiou diretamente os interesses de poderosas oligarquias locais — usineiros, políticos e grupos paramilitares — que se beneficiavam da impunidade nas ações criminosas na região de fronteira interestadual. Mesmo diante de ameaças, emboscadas e tentativas de assassinato, Manoel não recuou em sua missão.
Em 2002, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos concedeu-lhe medidas cautelares, obrigando o Estado brasileiro a garantir sua segurança — o que não foi cumprido. Em 24 de janeiro de 2009, Manoel foi brutalmente assassinado na Paraíba, em um crime que chocou o país.
A repercussão nacional e internacional do caso levou à sua federalização, tornando-se o primeiro processo do Brasil a ser deslocado da Justiça Estadual para a Justiça Federal, por meio do Instituto de Deslocamento de Competência (IDC). O julgamento levou à condenação de dois envolvidos, incluindo um sargento da PM da Paraíba.
A história de Manoel Mattos segue como exemplo da coragem de defensores de direitos humanos que enfrentam estruturas de poder corrompidas. Agora, com sua inclusão no Livro de Aço, seu nome se junta ao de outros brasileiros que dedicaram suas vidas à justiça, à dignidade e aos direitos fundamentais.
O Reitor Padre Pedro Rubens celebrou a conquista: “Em nome de toda a comunidade acadêmica, parabenizo a senadora Teresa Leitão pela iniciativa porque o Brasil precisa fazer memória, preservando o legado daqueles que lutaram e lutam por justiça social, pelos direitos humanos e soberania do país”.