“Falta vontade política para resolver o problema do Sistema Penitenciário de Pernambuco”, disparou a deputada Delegada Gleide Ângelo. Em recente publicação em suas redes sociais, a parlamentar denuncia que o Governo Estadual não fez uso de sua emenda de R$ 80 milhões à Lei Orçamentária Anual (2024), aprovada no ano passado. A verba seria suficiente para a nomeação dos quase 1.400 policiais penais aprovados no último concurso da categoria — todos já com o curso de formação concluído e aptos para iniciar as atividades.
“A emenda que destinei seria suficiente para a nomeação de todos os 1.354 policiais penais, mas o Governo do Estado só nomeou 661 concursados — mesmo havendo orçamento, urgência e necessidade para a contração. O que não existe é diálogo, nem vontade política pela segurança pública de Pernambuco”, assegurou a deputada.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Penais do Estado, Pernambuco convive com uma realidade carcerária inflada: atualmente, são quase 30 mil detentos distribuídos em 13.958 vagas nas 65 unidades prisionais e cadeias públicas espalhadas por todo estado. Diante deste cenário superlotado, o efetivo
de policiais penais se restringe a apenas 1.804 ativos e 223 aposentados, que podem ser chamados para serviços administrativos.
Assim, o estado vai de encontro a orientação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária que recomenda a existência de um policial penal para cinco presos. Aqui, um policial penal é responsável por 17 detentos.
A fim de de reforçar seu compromisso com a segurança pública, a Delegada faz nova emenda orçamentária na LOA do próximo ano, no valor de R$ 43 milhões — o suficiente para a nomeação dos 864 concursados aprovados e formados para a área. “Vamos fazer a mobilização que for necessária para pressionar o executivo a encarar com seriedade a situação da nossa segurança pública. Precisamos nos unir para aprovarmos, mais uma vez, essa emenda no orçamento de 2025 e lutar pela nomeação de cada aprovado!”, declarou.