Corpo de Bio Caboclo é sepultado em Lagoa de Itaenga

Milhares de pessoas acompanharam o cortejo até o Cemitério São Francisco de Assis.

Por Rafael Santos 15/02/2022 12:12 • Atualizado 15/02/2022
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Fotos: Ednaldo Tavares e Íggor Cazumbá// Giro Mata Norte

Milhares de pessoas se despediram, na manhã de hoje (15), do poeta e vereador itaenguense, Bio Caboclo, que faleceu no último domingo (13), em decorrência de um câncer no estomago. O corpo de Severino José de Souza, 62 anos, foi sepultado no Cemitério São Francisco de Assis, no bairro da Saudade, em Lagoa de Itaenga.

Desde ontem (14), quando foi aberto ao público, diversas pessoas estiveram nas dependências do ginásio da Escola Municipal João Vieira Bezerra, para se despedir do amigo, do coquista, repentista, mestre de maracatu e vereador.

O velório teve início, na manhã dessa segunda, reservado inicialmente apenas para familiares, e em seguida foi aberto ao público, onde pessoas que acompanharam, de perto ou de longe, foram dar o adeus aquele que por muitas vezes foi a voz dos menos favorecidos. Em seu colo, no caixão, estava sua companheira de longas caminhadas, a viola no qual se apresentou em diversas cantorias pelo Brasil.

Ele iniciou sua vida nos palcos como cantador de viola. Iniciou a carreira artística como violeiro aos 18 anos, acreditando na arte do repente, como possibilidade de fugir da triste realidade de trocar sua terra pelo Sudeste. Com o dinheiro da passagem que o levaria para São Paulo comprou a uma viola. Sua primeira cantoria foi na casa de amigos de seus pais.

A vocação para repentista surgiu desde a infância quando acompanhava seu pai Zé Caboclo nos eventos culturais promovidos nas casas dos amigos. Seu pai cantava folhetos e versos de coco-de-roda tradicional nas festividades juninas.

Logo depois, tomou graça por outras artes, a exemplo de cantador de coco de roda, ciranda e mestre de maracatu rural. Aos 20 anos, foi convidado a ser mestre de maracatu, mesmo período em que começou a cantar o coco de roda.

Mestre Bio Caboclo também realizou apresentações em um programa de viola ao vivo, na extinta rádio Planalto de cidade de Carpina, na Zona da Mata do Estado. Desde sua inserção na cultura popular, entre a década de 90 e 2000, promoveu mais de oito festivais de cultura popular. Ao longo dessa caminhada já gravou vários CDs, e produziu mais de 150 músicas autorais.

Ao longo de sua vida, também foi mestre de vários maracatus rurais, entre eles: Leão Africano, Carpina; Leão da Serra, Lagoa de Itaenga; Pavão Dourado, Feira Nova; e Cambinda Dourada, Camaragibe.

O ‘‘Multipoeta’’ com seu talento artístico de violeiro, Mestre de Maracatu e Cantador de Coco de roda, apresentou-se ao longo de sua vida, de forma original e singular a cultura nordestina, em especial, a arte do coco de roda. Ao longo de cinco décadas, passou a ser chamado por seus admiradores de “Lenda viva da cultura”. Formou o Grupo Cultural Caboclo, que tem sua composição formado por filhos e netos, englobando o coco de roda, o maracatu rural, a cantoria de viola e a ciranda.

Em 2020 foi eleito vereador pelo MDB, onde obteve 416 votos.

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