A Assembleia Legislativa instalou, nesta terça (10), a Frente Parlamentar em Defesa da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia). Na reunião, foram divulgadas as primeiras atividades a serem realizadas pelo colegiado, que terá como coordenadora-geral a deputada Priscila Krause (DEM), autora do requerimento para a criação do grupo de trabalho. Os deputados Ricardo Costa (PMDB) e Socorro Pimentel (PSL) foram escolhidos, respectivamente, relator e vice-presidente da Frente.
Para a próxima semana, está prevista uma reunião com representantes da estatal, do Ministério Público Federal (MPF) e do Tribunal de Contas da União (TCU) para reunir informações sobre os contratos com a francesa LFB, para a produção de hemoderivados, e a irlandesa Shire, para desenvolvimento de medicamentos recombinantes. A Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) também será convidada a colaborar. Ainda este ano, deve ser realizada uma visita à sede da Hemobrás, em Goiana (Mata Norte).
A empresa pública, sediada no município de Goiana, na Mata Norte, está no centro de uma disputa política, desde que o Ministério da Saúde (MS) propôs transferir a atribuição de maior relevância técnica e econômica da estatal – a produção do fator VIII recombinante – para o município de Maringá (PR), reduto eleitoral do ministro Ricardo Barros.
Priscila Krause destacou que a permanência da atividade no Estado recebeu o apoio de todas as forças políticas locais e o pedido de criação da Frente foi assinado pela quase totalidade dos deputados da Casa. “O grande objetivo é deixar esse assunto na agenda e na memória das pessoas, para que se tenha um instrumento de pressão permanente, de modo que o interesse público seja respeitado e se tenha uma continuidade do projeto da Hemobrás em Pernambuco”, afirmou ela, que ressaltou a importância da articulação com a bancada federal pernambucana.
Ricardo Costa criticou ações do Ministério da Saúde anunciadas após o Governo Federal desistir da transferência, como o lançamento, em setembro, de edital de licitação para aquisição dos medicamentos recombinantes de forma direta, sem intermédio da Hemobrás. “Pernambuco desenvolveu um polo científico pioneiro, desde a criação do Hemope, e nenhum Estado tem mais condições de produzir hemoderivados”, assinalou.