
Na semana do combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia realiza audiência pública para tratar sobre o tema. O debate acontece a partir das 10h da próxima quarta-feira (14), no auditório Sérgio Guerra da Casa Legislativa. De acordo com os dados da Gerência Geral de Análise Criminal e Estatística (GGACE) da Secretaria de Defesa Social, de janeiro a março deste ano, foram registrados apenas cinco ocorrências de exploração sexual de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos em Pernambuco — sendo uma em janeiro, uma em fevereiro e três no mês de março. Uma vítima tinha oito anos, duas delas, 14 anos, uma de 15 anos e outra de 17 anos.
“Os dados falam por si: a subnotificação desse tipo de crime é gritante e não podemos ficar inerte diante de tamanho descaso com a nossa juventude. São meninos e meninas que vivem a margem da sociedade, numa realidade de vulnerabilidade e sombras cujo futuro parece apontar apenas para a continuidade do tráfico e da exploração sexual”, destacou a deputada Delegada Gleide Ângelo, presidente da Comissão da Mulher e responsável pela convocação. “A exploração sexual de crianças e adolescentes é uma das formas mais cruéis de violência. E não adianta fingir que não vê. O poder público tem o dever de agir com firmeza — mas a sociedade também precisa denunciar, proteger e acolher. Cada silêncio, cada omissão, é uma licença para que esse crime continue. Vamos juntos romper o ciclo do medo e da impunidade. Criança não é mercadoria. É nossa responsabilidade cuidar!”, pontuou.
Para o debate, foram convidados representantes do Núcleo de Apoio à Mulher do Ministério Público de Pernambuco, do Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA), do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente da Polícia Civil do Estado, das Secretarias da Mulher, da Criança e Juventude e de Assistência Social, Combate à Fome e Políticas sobre Drogas do Governo do Estado de Pernambuco – além de diversos movimentos sociais, como a Rede de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes em Pernambuco e do Coletivo Mulher Vida.
“Falamos sobre política de mulheres e não podemos deixar de pontuar que as primeiras violências já acontecem na mais tenra idade. O Estado e a sociedade como um todo não podem ser coniventes com esse descaso. Precisamos fortalecer as políticas de enfrentamento e investir em ações contínuas de prevenção, educação e proteção. Cuidar das nossas meninas desde cedo é garantir um futuro sem violência para as mulheres de amanhã”, concluiu.