Uma série de fatores influenciou no acidente que matou Eduardo Campos

Por Andrison Freire 19/01/2016 21:23 • Atualizado 19/01/2016
Compartilhe

image

Indisciplina, falta de treinamento, cansaço da tripulação, além das condições climáticas desfavoráveis, estão entre as causas apontadas para a queda do Cessna Citation 560 XLS+. O relatório final da investigação foi apresentado nesta terça-feira, em Brasília, pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O acidente, que aconteceu em 13 de agosto de 2014, vitimou o ex-governador Eduardo Campos, quatro pessoas de sua equipe e os dois pilotos. 

De acordo com o tenente-coronel Raul de Souza, encarregado da investigação, as condições metereológicas influenciaram para o acidente. Durante o voo, o tempo mudou. Desde a saída da aeronave do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, até a chegada em Santos a visibilidade havia sido reduzida em 5.000 metros, passando de 8.000 metros para 3.000 metros. “É provável que a tripulação não tenha acessado as condições metereológicas entre a decolagem e a descida”, afirmou Raul de Souza.

O tenente-coronel ainda apontou a indisciplina da tripulação na hora da aproximação em Santos. De acordo com o responsável pela investigação, a aproximação foi feita fora do padrão previsto, já que a tripulação indicou que havia feito um procedimento, mas não havia realizado tal manobra. Pode ter pesado também a falta de experiência da tripulação para este tipo de aeronave, já que ela não tinha treinamento específico para o Cessna Citation 560 XLS+ e, sim, para o modelo anterior e não con
Com pouca visibilidade, a tripulação realizou manobras que podem ter causado o desnorteamento dela. “Quando o piloto está desnorteado, o avião pode estar descendo e ele acreditar que está subindo. Ou está indo para a direita e ele acredita que está indo para a esquerda”, explicou Raul de Souza. Outro ponto detalhado foi a possível fadiga da tripulação. Entre os dias 1º e 5 de agosto de 2014, o piloto e o copiloto haviam extrapolado o limite de tempo de trabalho previsto na lei. E o relatório mostra que a análise da voz do copiloto indica fadiga. 

A investigação apurou ainda que o avião foi transferido para um grupo empresarial de Pernambuco e que estava à disposição da campanha presidencial de Eduardo Campos. Outro fato é que não houve seleção para a contratação da tripulação e que não existia contrato formal com o piloto e copiloto.

Três vídeos foram apresentados, sendo dois inéditos, e indicam que o avião não estava pegando fogo na hora da queda, como foi cogitado anteriormente. Uma falha apontada pelo relatório é que a última gravação feita pelo sistema da aeronave foi no dia 23 de janeiro de 2013. Segundo a investigação, o trem de pouso estava recolhido, as conchas dos reversores estavam fechadas, os cabos de comando rompidos por sobrecarga, flaps e speedbrakes recolhidos. 
Para a família
O relatório final foi apresentado para os familiares das vítimas do acidente antes de ser liberado para a imprensa. Nesta quarta-feira, às 9h30, a Associação Brasileira de Parentes e Vítimas de Acidentes Aéreos vai apresentar um relatório alternativo, em São Paulo. 

A ex-primeira-dama Renata Campos embarcou hoje para a capital federal, juntamente com os filhos João Campos e Maria Eduarda, para acompanhar a coletiva. As jornalistas Cecília Ramos e Ana Braga, respectivamente viúva e irmã de Carlos Percol (assessor de imprensa de Campos) e Rita Regina, mãe do fotógrafo Alexandre Severo, também foram a Brasília.

Um relatório preliminar, apresentado pelo Cenipa há quase um ano, apontou indícios de falha humana como possível causa da tragédia. Um dos questionamentos feitos na época foi se os pilotos, Geraldo Magela e Marcos Martins, tinham treinamento específico para pilotar a aeronave.

As informações são do Diário de Pernambuco

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Mais do Giro Mata Norte