
A Polícia Federal em Pernambuco, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou na manhã de ontem (5), a Operação Firenze. A ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes a licitações públicas em diversos municípios de Pernambuco e lavagem de dinheiro.
As investigações, que tiveram início em 2023, revelaram um suposto esquema de fraudes licitatórias, caracterizado pela frustração do caráter competitivo dos certames. O esquema teria se intensificado a partir da celebração de um contrato público com um município da Mata Norte de Pernambuco.
As empresas ligadas ao grupo criminoso mantêm contratos de terceirização de mão de obra com vários municípios pernambucanos e também com o próprio governo estadual. Estima-se que, somente entre os anos de 2021 e 2024, essas empresas tenham gerado receitas de R$ 881.928.931,85 para os envolvidos no esquema.
Além dos indícios de fraudes, a investigação também reuniu elementos que apontam para a prática de lavagem de dinheiro. Entre as ações identificadas estão a compra de itens de luxo com dinheiro em espécie, a utilização de contas de “laranjas”, e a realização de saques e depósitos de valores fracionados. A Operação Firenze, que leva o nome da cidade italiana onde foi fundada a marca de luxo favorita de um dos principais investigados (que efetuava pagamentos vultosos em espécie), visa coibir essas práticas.
No total, 95 policiais federais e 6 auditores da CGU cumprem 19 mandados de busca e apreensão nos municípios de Jaboatão dos Guararapes (PE), Timbaúba (PE) e São Paulo (SP). Além disso, foram determinadas diversas outras medidas judiciais cautelares, como a proibição de contato entre os investigados e a atuação simultânea das empresas investigadas em processos licitatórios.
Os crimes sob investigação incluem Organização Criminosa, Lavagem de Dinheiro e Fraude à Licitação, cujas penas máximas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de reclusão.