Agricultores familiares agroecológicos, de Lagoa de Itaenga, realizam mutirões para recuperar as plantações destruídas pelas recentes chuvas em PE

Por Rafael Santos 04/07/2022 14:30 • Atualizado 04/07/2022
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No município de Lagoa de Itaenga, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, um grupo de 45 famílias agricultoras familiares da Comunidade de Marrecos, está sofrendo diretamente o impacto das fortes chuvas que vêm atingindo o Estado. Elas perderam a maior parte de suas plantações. O principal impacto pode ser observado na produção das hortaliças, que são mais sensíveis as mudanças climáticas bruscas, a exemplo das chuvas, prejudicando assim o seu desenvolvimento.

Como consequência a segurança alimentar dessas famílias foi comprometida, pois esses produtos fazem parte da base alimentar e o excedente é comercializado em 14 feiras agroecológicas no Recife, Olinda, Camaragibe e em Carpina. Além do impacto econômico, pois sem as hortaliças, muitos agricultores ficaram com a sua renda comprometida. Em média 150 pessoas foram diretamente atingidas.

As famílias da Comunidade dos Marrecos fazem parte da Associação dos Produtores Agroecológicos e Moradores das Comunidades do Imbé, Marreco e Sítios Vizinhos (ASSIM), instituição que vem contribuindo para o consolidar o trabalho dos agricultores como referência na produção orgânica de plantas, criação de animais e no beneficiamento de produtos locais

Para garantir a produção agroecológica, os agricultores estão contanto com a solidariedade de instituições e pessoas da sociedade civil para que posam doar mudas e sementes. As primeiras unidades foram doadas pelo Projeto Comida é Cultura e mutirões foram organizados para o plantio nos quintais produtivos da localidade. Hoje (04), um grupo de 15 agricultores esteve na propriedade do agricultor Jailson Lopes da Silva, para fazer o plantio das mudas. Ele comercializa nas feiras agroecológicas de Boa Viagem, UFPE e Pan de Areias, no Recife, e teve parte de sua plantação destruídas pelas chuvas.

“Agradeço pela doação recebida, em especial para os parceiros que doaram as mudas e também para os agricultores que estiveram ajudando no plantio. A esperança agora é que a produção seja próspera e que as vendas nas feiras de produtos orgânicos sejam mantidas”, ressalta Jailson Lopes.

A generosidade e a solidariedade marcam o trabalho na comunidade que segue na expectativa que novas doações cheguem. As famílias fazem um apelo para que outras organizações possam também ajudar. “Precisamos da doação das mudas e sementes para recuperar as nossas produções. Nossa expectativa é continuar fazendo esses mutirões e garantir que todos os associados sejam beneficiados”, reafirma.

Essas famílias já vinham sofrendo o impacto da pandemia do novo coronavírus que contribuiu para a diminuição da produção, comercialização e escoação dos produtos. Especialmente, pelo fechamento de algumas feiras agroecológicas na Região Metropolitana do Recife, que funcionavam em espaços de repartições públicas, a exemplo do Fórum de Joana Bezerra, Fórum Paulo Batista e na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

ATUAÇÃO – A ASSIM trabalha na produção sustentável de orgânicos, adotando a base agroecológica, cultivando hortaliças e frutas. O resultado do trabalho desenvolvido pela ASSIM pode ser observado ao longo dos últimos anos quando, por meio de instituições parceiras, foi implementada a transição da agricultura familiar para o modelo agroecológico nas propriedades dos associados. A associação vem realizando ainda cursos para formação profissional, beneficiamento de produtos e manipulação dos alimentos, na sede da organização.

Além de promover a assistência técnica e a logística para a escoação dos produtos comercializados em 14 feiras agroecológicas, na Região Metropolitana do Recife e em Carpina, na Mata Norte.
DOAÇÕES : A ASSIM está recebendo doações através do PIX CNP: 02.798.408/0001-86. Outras informações: 81 99459-5734.

Feiras Agroecológicas que a ASSIM participa : UFPE- (no estacionamento do CCSA), em Santo Amaro (Estacionamento da Delegacia da Mulher), Shopping Rio Mar (Ao lado do prédio Center – em frente ao Instituto JCPM), no estacionamento da COMPESA, Fórum Joana Bezerra, na sede da EMLURBE, Pan de Areias, Boa Viajem (Praça Industrial Miguel Santos por traz do Primeiro Jardim), Mercado da Torre, Encruzilhada (Rua Dona Julieta -SANTOSHA – Espaço de Terapia- Interativa Sistemática), Setúbal (por traz da Escola Americana, Praça do Carmo (Olinda), e na Praça Maria Amazona (município de Camaragibe), além do Colégio Salesiano (município de Carpina).

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