O conhecido Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco – formado pelas cidades de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe – tornou-se um segmento de negócios copiado em alta escala por outras regiões do Estado, a exemplo da Zona da Mata Norte. Os municípios dessas áreas sobrevivem há séculos da agricultura familiar e plantio de cana-de-açúcar, empregos formais no comércio e prestação de serviço.

Essa realidade está mudando com a retomada da economia brasileira, aliada à valorização da moda produzida no país. Esse é um nicho que a Organização Não Governamental Giral – com sede no município de Glória do Goitá (distante a 62 Km do Recife) – decidiu investir com a criação do primeira Escola de Moda da Zona da Mata Norte, que beneficiará mais de 250 mulheres que fazem o Cursos de Modelagem, Corte e Costura. 

A escola recebeu recentemente mais de 40 máquinas industriais de última geração tecnológica, as quais permitirão no futuro, que o local se torne de fato numa indústria têxtil moderna. A escola terá a oportunidade de gerar emprego e renda para mulheres que antes estavam limitadas a serem apenas donas de casa, agricultoras ou apenas aposentadas. 

As aulas para produção de confecções de todos os modelos, além de fardamentos para a própria Giral, estão transformando a rotina profissional de pessoas que eram dependentes maridos, filhos e parentes.

PROJETO VIDA FELIZ

A chegada das novas máquinas de costura está motivando um grupo de mulheres que precisavam de uma oportunidade na vida. Elas se inscreveram no Projeto Vida Feliz: Os Sonhos Não Envelhecem, lançado esse ano pela Giral para atingir o público da terceira idade na faixa-etária de 60 a 80 anos. Entre várias atividades de artes, dança, informática, leitura, os idosos participam das Oficinas de Corte e Costura com a perspectiva de aprenderam uma profissão e reiniciarem uma nova carreira profissional promissora. 

O projeto tem patrocínio da Seguradora BB Seguros (Banco do Brasil), que nesta quinta-feira, dia 20, estará com CEO, Amauri Aguiar de Vasconcelos em Glória do Goitá, para conhecer de perto o resultado prático dessa iniciativa, que tem alcançado o objetivo de implantar um centro de confecções com poder de competitividade com relação ao Polo de Confecções do Agreste. E isso é possível, porque a ONG usa da metodologia de considerar a tradição familiar dos pernambucanos no ramo de confecções, promovendo expertise na formação de mão de obra especializada.

Para o professor de Corte e Costura, Jhonne Cleibison são pelo menos 60 idosas beneficiadas, que desde a adolescência tinham o sonho de ser costureiras, mas nunca tiveram oportunidade e nem condições de terem uma máquina de costura. “Com a implantação da Escola de Moda elas estão descobrindo que a idade não é nenhum empecilho para criarem aquele vestido que sonhavam usar. E além de tudo, começam a ter condições de uma renda extra, costurando para amigos, parentes e vizinhos”.