A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), começou a fazer um levantamento de interesses dos adolescentes e jovens em cumprimento de medidas de internação e de semiliberdade em Pernambuco sobre educação profissional. A ideia é conhecer áreas e cursos prioritários e, assim, viabilizar a oferta de vagas de modo mais assertivo, além de medir o efeito das ações realizadas em períodos anteriores. A pesquisa é feita anualmente para manter atualizado esse banco de informações, considerando a rotatividade do público que passa pela instituição.
Durante apresentações nas unidades da Funase, os socioeducandos são apresentados a áreas como informática, eletrônica, mecânica, construção, marcenaria, barbearia, jardinagem, moda e beleza, alimentação e artesanato. Depois de terem conhecimento de possibilidades de trabalho e de empreendedorismo em cada setor, além de aspectos relativos aos cursos, como carga horária e requisitos mínimos, os adolescentes e jovens são consultados sobre as áreas em que mais desejam se qualificar, o que é registrado em fichas de pesquisa. Esse trabalho é conduzido pela equipe do Eixo Profissionalização, Esporte, Cultura e Lazer da Funase.
Até o momento, o levantamento já ocorreu em unidades de internação localizadas no Recife, no Cabo de Santo Agostinho, em Jaboatão dos Guararapes, em Timbaúba, em Garanhuns e em Arcoverde. Em junho, a pesquisa deve ser estendida a adolescentes e jovens em semiliberdade durante a realização de cursos no Parque Profissionalizante Professor Paulo Freire, equipamento exclusivamente voltado à educação profissional do público do sistema socioeducativo. A expectativa é de que, em todo o levantamento, sejam ouvidos cerca de 700 socioeducandos.
O coordenador do Eixo Profissionalização, Esporte, Cultura e Lazer da Funase, Normando de Albuquerque, explica que, embora indique interesses, o levantamento não condiciona a oferta de cursos apenas aos temas escolhidos. “O levantamento também busca medir o efeito das ações já realizadas. Temos exemplos na área de alimentação, que normalmente não é muito escolhida, mas, quando ofertada, sempre gera uma participação muito efetiva dos alunos, com praticamente nenhuma desistência. Então, buscamos experimentar temas diferentes dos que eles escolheram e produzir vivências que nem sempre eles esperavam ter”, afirma.