Educar para Proteger marca Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes

Por Rafael Santos 17/05/2021 10:37 • Atualizado 17/05/2021
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Em 18 de maio, instituições de todo país marcam no calendário o Dia Nacional de Combate
ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Nesta data, a ONG Giral Desenvolvimento Humano e Local promove a terceira edição do evento Educar para
Proteger, uma semana de programação, de 17 a 21 deste mês, que se propõe a discutir o
tema com crianças, adolescentes, educadores, especialistas e famílias.

“A gente acredita, de verdade, que a educação é a melhor forma de proteger crianças e
adolescentes da violência. Se sabem quais são seus direitos, inclusive sobre seus corpos,
terão como identificar caso sofram algum abuso, por exemplo, e saberão que podem e
devem buscar ajuda. Durante todo o mês de maio, nossas redes sociais estarão focadas
em disseminar orientações sobre esse tema, com vídeos, textos e posts educativos.”, diz o
presidente da Giral, Leonildo Moura.

O 18 de maio relembra o dia do assassinato da menina Araceli Crespo, em 1973, em Vitória
(ES). Araceli foi brutalmente morta aos 8 anos de idade e o crime segue, até hoje, sem
pena aos envolvidos.

Programação | Tema: Abuso virtual

17/05: Abertura da 3° edição do
Educar para Proteger, com
debates e apresentação do
espetáculo “Marcas”, da cia de
dança formada por educandos da
Giral;

18 e 20h/5: Palestras para
formação e orientação familiar
sobre abuso e exploração sexual
infantil;

19/05: Live com especialistas das
áreas jurídicas e digital;

21/05: Live com a Rede Municipal
de Proteção à Infância.

Rede de proteção

A Giral lidera, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, a criação e fortalecimento da Rede
de Proteção à Infância e à Adolescência, iniciativa que agrega pelo menos cinco
municípios da região.

Por dois anos, a Giral fez um mapeamento para identificar como está estruturada a rede de
assistência social voltada a crianças e adolescentes do município de Glória do Goitá e
vizinhos. O levantamento apontou lacunas preocupantes, especialmente com relação a
casos de abuso e exploração sexual. Assim foram formadas as diretrizes da Rede, que vai
contemplar 53 instituições da região de municípios das Zonas da Mata Sul e Norte e
Agreste de Pernambuco.

A criação da rede foi orientada pela professora doutora da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), Valéria Nepomuceno, uma das referências no estado no
enfrentamento ao abuso e à exploração sexual infantil e coordenadora do Grupo de
Estudos, Pesquisas e Extensões no Campo da Criança e do Adolescente (GECRIA/UFPE).
Segundo o levantamento, a vulnerabilidade de crianças e adolescentes em municípios
menos assistidos é maior e vem ao lado das dificuldades de denunciar casos de violência.
ONGs, escolas e outras instituições compõem a rede juntamente com CRAS, CREAS e
Conselhos Tutelares. Adolescentes entre 12 e 17 anos estão na faixa etária mais
preocupante.

Em torno de 70% das instituições participantes declararam que têm conhecimento de casos
de violência sexual contra crianças e adolescentes. Moura ressalta que não é função
dessas organizações receber casos ou suspeitas, competência que cabe aos Conselhos
Tutelares, mas destaca que a ação em conjunto será mais eficaz: o trabalho em rede.

Números
Com relação aos casos de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes, o
mapeamento feito pela Giral indica que 42% chegam ao conhecimento das instituições
através de “comentários ou boatos”, relatados por vizinhos ou parentes.

As notificações de casos também chegam através das próprias crianças ou adolescentes
(5%), professores (5%), denúncias anônimas (3%) ou colegas (3%). Dentre os casos
conhecidos, 49% são denunciados; a maioria (33%) ao Conselho Tutelar do município.
Dentre as instituições pesquisadas, 75% são governamentais e 25% não-governamentais.
De forma geral, o retrato das instituições mapeadas, em sua maioria, é a seguinte: 70% das
instituições atuam na área da educação e atendem crianças (40%). Em geral, apoiam
capacitação e atuam simultaneamente em áreas urbanas e rurais da região.

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