Desde o início de abril, 2.850 visitas virtuais, por meio de videochamadas, ocorreram nas unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em todo o Estado. Esse novo modelo de contato entre adolescentes e familiares, previsto na Portaria Conjunta nº 45/2020, assinada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) e pela fundação, foi adotado após a suspensão das visitas presenciais na instituição como medida preventiva à disseminação do novo coronavírus.
As conferências em vídeo estão ocorrendo em 14 unidades socioeducativas. Nos Centros de Internação Provisória (Cenip), com maior rotatividade de adolescentes devido ao período máximo de até 45 dias de permanência, o número mais elevado foi registrado em Caruaru, com 92 videochamadas em três meses. Já o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Jaboatão dos Guararapes foi a unidade de internação com o maior quantitativo de contatos virtuais entre familiares e socioeducandos: 615 em todo o período.
O projeto, viabilizado por meio das equipes do Eixo Profissionalização e da Assessoria Técnica de Tecnologia da Informação da Funase, também está ocorrendo em outras duas unidades situadas em Caruaru, três no Recife, duas no Cabo de Santo Agostinho, uma em Garanhuns e duas em Petrolina, além das localizadas em Timbaúba, Vitória de Santo Antão e Arcoverde. As visitas virtuais só ocorrem em salas do setor administrativo, com equipamentos da instituição, e são supervisionadas por funcionários da direção.
Atualmente, a Funase atende 772 adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 12 e 18 anos e, excepcionalmente, jovens até 21 anos. Todos têm direito a participar das videochamadas. Nas situações em que familiares dos socioeducandos não dispõem de celulares, tablets ou computadores com acesso à internet e com câmera e microfone, o contato é intensificado por telefone, meio de comunicação que já era disponibilizado antes da pandemia da Covid-19 de forma complementar às visitas presenciais.
De acordo com a presidente da Funase, Nadja Alencar, o envolvimento da família é importante no acompanhamento da medida socioeducativa e no amparo aos adolescentes encaminhados à internação provisória. “Por isso, buscamos alternativas para que esse contato continuasse viável. Conseguimos implantar as videochamadas na maioria das unidades ainda em abril, poucos dias depois do anúncio das primeiras medidas no Estado. Foi uma decisão necessária e acertada para amenizar riscos”, avalia.