
Em um cenário em que a responsabilidade ambiental se torna essencial para o futuro do planeta, a economia circular surge como uma alternativa capaz de promover o uso mais consciente dos recursos — e que já apresenta resultados concretos.
Esse modelo propõe o reaproveitamento dos materiais utilizados na indústria por meio de diferentes formas, como reciclagem, reutilização e reparo. Além de reduzir os impactos ambientais, a estratégia pode movimentar até US$ 4,5 trilhões em receitas até 2030, segundo a Fundação Ellen MacArthur.
A economia circular se apresenta como uma alternativa ao modelo tradicional de produção, que ao longo dos anos contribuiu para a geração de resíduos e poluição ao não lidar de forma adequada com os recursos.
O que é economia circular?
A economia circular é um modelo de produção e consumo que busca manter os recursos em uso pelo maior tempo possível, reduzindo o desperdício e incentivando a reutilização, reciclagem, reuso e regeneração de materiais.
Diferentemente do modelo linear — baseado em extração, produção, consumo e descarte —, a economia circular propõe um ciclo mais sustentável e eficiente. O conceito vem ganhando força em diversos setores, por conta da crise ambiental e do esgotamento dos recursos naturais.
Nesse contexto, empresas estão repensando seus modelos de negócio para desenvolver produtos mais duráveis e recicláveis. Ao mesmo tempo, governos vêm criando políticas públicas voltadas à redução do lixo, incentivo à compostagem e apoio a tecnologias limpas.
Para os consumidores, mudanças de comportamento já são percebidas: desde a preferência por marcas comprometidas com a sustentabilidade até o consumo consciente, com a valorização de produtos reciclados ou de segunda mão.
Menos de 10% da economia global adota o modelo circular
Apesar dos benefícios para o meio ambiente e para a produtividade, a economia circular ainda não é amplamente adotada no mundo. Dados recentes indicam que apenas 8,6% das atividades globais seguem esse modelo.
A baixa adesão contribui para o aumento das emissões de carbono, agravando os impactos ambientais. Com o lixo sendo descartado de forma inadequada, os desafios se tornam ainda maiores.
Entre os dias 13 e 16 de maio de 2025, o Brasil será sede do Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF), evento internacional que reunirá especialistas para debater estratégias e ampliar a adoção dessa prática no planeta.
Brasil avança na adoção da economia circular
Embora a economia circular ainda esteja em estágio inicial no mundo, o Brasil tem mostrado avanços. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de 70% do setor industrial já busca formas mais conscientes de utilizar os recursos naturais.
A principal prática adotada é a otimização dos processos produtivos, com mais da metade das indústrias implementando medidas para aumentar a eficiência e reduzir o desperdício — muitas delas com apoio da tecnologia.
Dessa forma, empresas estão investindo na reutilização de insumos e em soluções que aumentem a durabilidade dos produtos. O fato de o país sediar o principal evento global sobre economia circular em 2025 reflete sua relevância no tema.
Além disso, o portal A Voz da Indústria é uma das principais referências no país, reunindo informações relevantes sobre o setor industrial e atualizações sobre o tema no Brasil e no exterior.
Tendência pode gerar R$ 11 bilhões por ano para o Brasil
Segundo a Ambipar, empresa especializada em gestão ambiental, a adoção em larga escala da economia circular pode gerar até R$ 11 bilhões por ano para a economia brasileira.
A expectativa é que, até 2040, cerca de 240 mil empregos sejam criados com a expansão dessa prática, desde que sejam adotadas estratégias eficientes de implementação.
Apesar das projeções positivas, ainda há desafios a superar — como o baixo índice de coleta seletiva e o controle inadequado de embalagens, que dificultam a reciclagem, segundo especialistas.
Mesmo assim, o Brasil tem avançado em políticas públicas que favorecem a economia circular. O fortalecimento dessas práticas pode gerar benefícios econômicos e, ao mesmo tempo, contribuir para um futuro mais sustentável.