
A perda de acesso a informações importantes por causa de um ataque cibernético é uma das situações mais críticas que uma empresa ou usuário doméstico pode enfrentar. Quando arquivos são criptografados por ransomware, surge a dúvida: quanto custa recuperar esses dados? O valor pode variar amplamente, dependendo de diversos fatores técnicos, do tipo de ataque e do nível de complexidade envolvido no processo de recuperação.
A seguir será mostrado o que influencia o custo da recuperação, quais são as etapas envolvidas e o que considerar antes de contratar uma empresa especializada.
O que é a recuperação de dados criptografados por ransomware
A recuperação de dados criptografados por ransomware é o processo de restaurar arquivos que foram bloqueados por um tipo de malware que usa criptografia para torná-los inacessíveis. Esse tipo de ataque normalmente exige um “resgate” em criptomoedas para liberar as informações, mas pagar o valor solicitado não garante que os dados serão devolvidos.
Empresas especializadas atuam analisando o tipo de ransomware, identificando vulnerabilidades no algoritmo de criptografia e aplicando técnicas avançadas de engenharia reversa, decodificação ou recuperação direta em backups e discos afetados.
Essa é uma operação complexa, que exige tecnologia de ponta, equipe altamente qualificada e ambientes laboratoriais controlados, o que explica parte do custo envolvido.
Fatores que influenciam o preço da recuperação de dados
O custo para recuperar arquivos criptografados pode variar de algumas centenas a dezenas de milhares de reais. O valor final depende de um conjunto de fatores técnicos e operacionais.
1. Tipo e complexidade do ransomware
Nem todos os ransomwares são iguais. Alguns usam criptografia simples e podem ser revertidos com ferramentas conhecidas, enquanto outros aplicam algoritmos avançados e chaves únicas que dificultam o processo.
Casos que envolvem ransomware de alto nível, como LockBit, BlackCat ou Hive, demandam técnicas mais sofisticadas e, consequentemente, elevam o custo da recuperação.
2. Volume de dados afetados
Quanto maior a quantidade de arquivos ou servidores comprometidos, mais tempo e recursos são necessários para análise e tentativa de recuperação. Empresas com grandes volumes de informações, como bancos de dados, sistemas ERP e arquivos corporativos, geralmente enfrentam custos mais altos.
3. Tipo de mídia afetada
O suporte físico onde os dados estão armazenados também influencia o valor. A recuperação de um HD interno, por exemplo, costuma ser mais simples e barata do que a de um servidor RAID, SSDs corporativos ou sistemas de armazenamento em nuvem. Cada tipo de mídia exige ferramentas e procedimentos específicos.
4. Necessidade de reparo físico
Em alguns casos, o dispositivo danificado apresenta falhas físicas além da criptografia, como queima de componentes, mau funcionamento de cabeças de leitura ou danos mecânicos. Quando é necessário abrir o equipamento em ambiente limpo (sala limpa classe 100), o custo tende a ser significativamente maior.
5. Urgência do atendimento
Serviços emergenciais, realizados 24 horas por dia, geralmente têm valor mais elevado. Muitas empresas oferecem atendimento prioritário para situações críticas em que a operação do cliente depende da restauração imediata dos dados.
6. Presença de backups e redundâncias
A existência de cópias de segurança confiáveis reduz o custo e o tempo de recuperação. Se o cliente possui um backup íntegro e recente, é possível restaurar os dados sem necessidade de decifrar manualmente os arquivos. Já na ausência de cópias, o trabalho se torna muito mais complexo e caro.
7. Nível de sigilo e segurança exigido
Empresas que lidam com informações sensíveis, como dados financeiros ou médicos, podem demandar procedimentos adicionais de confidencialidade, auditoria e proteção de dados, o que também impacta o valor final.
Como é feita a análise e o orçamento inicial
Antes de apresentar um orçamento, as empresas especializadas realizam uma análise técnica do caso. Essa avaliação inclui:
- Identificação do tipo de ransomware.
- Avaliação do estado físico do dispositivo.
- Testes de leitura e extração de amostras de dados.
- Verificação da presença de backups ou cópias ocultas.
Com base nesse diagnóstico, é possível determinar a viabilidade da recuperação e estimar o custo do serviço.
Faixas de preço mais comuns
Embora não exista uma tabela padrão, é possível ter uma noção geral das faixas de valor praticadas no mercado:
- Casos simples (disco único, criptografia parcial): entre R$ 1.000 e R$ 3.000.
- Casos intermediários (ransomware comum, múltiplos arquivos): entre R$ 4.000 e R$ 10.000.
- Casos complexos (servidores, RAID, ransomware avançado): acima de R$ 15.000, podendo chegar a valores bem superiores em grandes estruturas corporativas.
Esses números são estimativas e podem variar conforme a tecnologia e a reputação da empresa contratada.
Por que não é recomendável pagar o resgate
Muitos criminosos prometem liberar os dados após o pagamento, mas estatísticas mostram que boa parte das vítimas que cede ao pedido nunca recebe a chave de descriptografia. Além disso, o pagamento incentiva a continuidade do crime e pode colocar a empresa em risco de sanções legais, dependendo da jurisdição.
A recuperação por meios técnicos é o caminho mais seguro e ético, além de possibilitar a investigação sobre a origem do ataque e a implementação de medidas de proteção para evitar novas ocorrências.
Como escolher uma empresa especializada
Na hora de contratar um serviço de recuperação de dados, é essencial avaliar a credibilidade da empresa. Considere fatores como:
- Tempo de atuação e experiência comprovada em ataques de ransomware.
- Estrutura laboratorial com ambiente limpo e equipamentos de última geração.
- Política de confidencialidade e proteção de dados.
- Taxa de sucesso em casos semelhantes.
- Atendimento técnico 24 horas e suporte personalizado.
Empresas de referência no setor utilizam procedimentos transparentes e mantêm o cliente informado durante todas as etapas, desde a análise até a entrega final dos dados recuperados.
Prevenção: o melhor investimento
Evitar que o problema aconteça é sempre mais econômico do que tentar revertê-lo. Implementar boas práticas de segurança digital é fundamental:
- Manter backups atualizados e armazenados fora da rede principal.
- Atualizar sistemas operacionais e antivírus regularmente.
- Restringir o acesso a dados sensíveis.
- Treinar funcionários para reconhecer tentativas de phishing.
Essas medidas reduzem drasticamente o risco de infecção por ransomware e garantem que, em caso de ataque, a recuperação seja rápida e menos custosa.
O custo da recuperação de dados criptografados depende de uma combinação de fatores, como o tipo de ransomware, a complexidade técnica do caso e a urgência do atendimento. Embora os valores possam parecer altos, o investimento é justificável diante do potencial prejuízo que a perda definitiva de informações pode causar.
Buscar uma empresa de recuperação de dados especializada é a opção mais segura e eficiente para reverter ataques de ransomware. Além disso, manter políticas de backup e segurança digital atualizadas é a melhor forma de garantir que um problema desse tipo nunca volte a acontecer.



