
Aosteólise periprotética preocupa quem já colocou uma prótese no quadril, joelho ou ombro. Você sabia que ela é uma das causas mais comuns de falha tardia de implantes?
Quando não identificada a tempo, essa reabsorção óssea pode afrouxar a prótese e trazer dor e limitação. A boa notícia: dá para reconhecer sinais cedo, fazer o diagnóstico correto e agir.
Neste guia direto ao ponto, você vai entender o que é, por que acontece, quais exames pedem atenção e quais tratamentos realmente funcionam. No fim, você terá passos práticos para reduzir riscos e manter sua prótese funcionando por muitos anos.
O que é osteólise periprotética?
Osteólise periprotética é areabsorção do ossoao redor de uma prótese. Em geral, surge por uma reação inflamatória do corpo a microfragmentos de desgaste do implante ou do polietileno.
Essas partículas ativam células que “comem” o osso (osteoclastos), abrindo “lacunas” que podem evoluir para afrouxamento do componente. Ela é mais frequente em próteses de quadril e joelho, mas pode ocorrer em outros implantes.
Muitas vezes começa silenciosa e só dá sinal quando já há perda óssea relevante.
Causas e fatores de risco
- Vários fatores contribuem para aosteólise periprotética. Entender o conjunto ajuda a prevenir e tratar melhor.
- Desgaste do polietileno:microfragmentos liberados na articulação estimulam inflamação crônica.
- Micromovimento do implante:pequenos desalinhamentos ou afrouxamentos iniciais aumentam o atrito e a produção de partículas.
- Infecção oculta:mesmo pouco sintomática, pode acelerar a perda óssea.
- Qualidade óssea baixa:osteoporose e déficit de vitamina D favorecem reabsorção.
- Alta demanda mecânica:atividades de impacto e excesso de peso elevam o desgaste.
- Tempo de uso:quanto mais anos de prótese, maior a chance de desgaste cumulativo.
Sinais e sintomas
- Nem sempre dói no começo. Por isso, atenção aos “avisos” do corpo e da imagem.
- Dor progressiva:piora ao apoiar, subir escadas ou após atividade.
- Inchaço ou calor local:especialmente se aparecerem meses ou anos após a cirurgia.
- Instabilidade ou falseio:sensação de “soltura” da prótese.
- Barulhos (cliques) novos:podem indicar micromovimento.
- Queda de performance:caminhadas mais curtas, maior fadiga e perda de confiança para se mover.
Não é normal sentir dor crescente muito tempo depois de uma artroplastia bem-sucedida. Procure avaliação.
Diagnóstico: como confirmar
- O diagnóstico daosteólise periprotética combina clínica e imagem. O ortopedista avalia histórico, exame físico e solicita exames em sequência.
- Radiografia seriada: compara imagens ao longo do tempo para ver linhas de radiolucência e cavidades.
- Tomografia computadorizada:define com precisão o tamanho e a localização dos defeitos ósseos.
- Ressonância com técnicas de redução de artefato:útil em casos selecionados para avaliar tecidos moles.
- Exames laboratoriais:hemograma, PCR e VHS ajudam a afastar infecção.
- Aspiração articular (quando indicado):análise do líquido para excluir infecção periprotética.
Comparar exames antigos e atuais é decisivo para detectar progressão discreta, muitas vezes invisível em uma única imagem.
Tratamento: o que funciona na prática
- O objetivo é controlar a causa, preservar osso e manter a estabilidade do implante. A estratégia depende do tamanho da lesão, sintomas e estabilidade da prótese.
- Observação ativa:em lesões pequenas e estáveis, acompanha-se com radiografias periódicas e ajuste de atividade.
- Controle de fatores modificáveis:perda de peso, correção de vitamina D, fortalecimento muscular e orientação de impacto.
- Tratamento de infecção:se suspeita, tratar primeiro a causa infecciosa antes de qualquer revisão.
- Cirurgia de revisão seletiva:quando há defeitos moderados, considera-se enxerto ósseo e troca de componentes.
- Revisão completa com enxertia:nos casos extensos, corrige-se o alinhamento, repõe-se o osso e estabiliza-se a prótese.
Medicamentos isoladamente não “reconstroem” o osso perdido, mas podem apoiar o metabolismo ósseo quando bem indicados. Em joelhos, por exemplo, equipes experientes em cirurgia de prótese de joelho avaliam caso a caso a necessidade de revisão e o tipo de enxerto.
Prevenção e cuidados após a prótese
- Você pode reduzir o risco deosteólise periprotética com hábitos simples e acompanhamento regular.
- Consultas anuais:mesmo sem dor, radiografias de controle detectam alterações silenciosas.
- Fortalecimento contínuo:fisioterapia e treino de força protegem a articulação e reduzem micromovimento.
- Gerencie impacto:prefira caminhada, bicicleta e natação; evite saltos e corridas longas se não liberado.
- Cuide da saúde óssea:vitamina D adequada, cálcio na dieta e, quando indicado, tratamento da osteoporose.
- Controle do peso:cada quilo a menos reduz carga e desgaste do implante.
Quando procurar um especialista
Qualquer dor nova, perda de função ou mudança nas imagens após uma artroplastia merece avaliação. Em Goiânia, é comum ver referências a equipes experientes como o COE Ortopedia, reconhecida pela atuação em ortopedia clínica e cirúrgica e pelo suporte integrado com fisioterapia e acupuntura.
Ter um time habituado a acompanhar próteses no longo prazo faz diferença na tomada de decisão e no resultado.
Resumo prático
Em poucas palavras: aosteólise periprotética é a perda de osso ao redor do implante, geralmente por partículas de desgaste. Ela pode ser silenciosa no início, mas responde melhor quando identificada cedo. Exames seriados, correção de fatores de risco e, quando necessário, revisão cirúrgica com enxertia são o caminho para preservar a prótese.
Se você tem prótese e notou sinais descritos aqui, agende sua avaliação, organize seus exames anteriores e comece pelas medidas de prevenção. Aplicar essas dicas simples já reduz o risco deosteólise periprotética e ajuda a manter sua articulação funcionando bem por mais tempo.