Dor de barriga frequente? Veja o que fazer para auxiliar na saúde intestinal

Por Rafael Santos 12/09/2025 15:33 • Atualizado Há 2 horas
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A dor de barriga frequente é um sintoma que pode atrapalhar a rotina, causar desconforto e gerar preocupação. Embora seja comum, sentir dor abdominal repetidamente não deve ser encarado como algo normal. 

O corpo costuma emitir sinais de que algo não está em equilíbrio, e a saúde intestinal pode estar diretamente envolvida nesse processo.

Neste artigo, serão exploradas as principais causas desse tipo de dor, quais hábitos podem auxiliar na prevenção e no alívio, além da importância de buscar acompanhamento médico para um diagnóstico adequado.

O que pode causar dor de barriga frequente?

A dor abdominal pode ser consequência de fatores simples, como má digestão, ou de condições mais complexas que exigem acompanhamento especializado. 

Identificar as causas é o primeiro passo para cuidar da saúde intestinal.

1. Alterações na alimentação

A dieta exerce um papel central no funcionamento do sistema digestivo. Entre os fatores alimentares que podem causar dor abdominal estão:

  • Excesso de alimentos gordurosos e ultraprocessados: frituras, fast food e comidas ricas em conservantes sobrecarregam a digestão.
  • Baixa ingestão de fibras: dietas pobres em vegetais, frutas e cereais integrais dificultam o trânsito intestinal, favorecendo prisão de ventre.
  • Intolerâncias alimentares: pessoas com intolerância à lactose, ao glúten ou à frutose podem sentir dor abdominal acompanhada de gases, estufamento e alteração na cor das fezes. Em alguns casos, surgem episódios de fezes amarelas como sinal de má absorção de nutrientes.

2. Distúrbios gastrointestinais

Além da alimentação, algumas condições clínicas podem causar dor frequente:

  • Síndrome do intestino irritável (SII): caracterizada por dores recorrentes, alternância entre diarreia e constipação, além de gases.
  • Gastrite e refluxo: apesar de estarem ligados ao estômago, podem irradiar dor para a região abdominal.
  • Doença celíaca: intolerância severa ao glúten que compromete o intestino delgado e provoca inflamações, cólicas e diarreia.

3. Infecções e inflamações

  • Gastroenterites virais ou bacterianas: comuns após ingestão de alimentos contaminados.
  • Infecções parasitárias: giárdia e ameba são exemplos de parasitas que provocam dores fortes e diarreia persistente.
  • Doenças inflamatórias intestinais: como doença de Crohn e retocolite ulcerativa, que causam dor crônica, diarreia, sangue nas fezes e emagrecimento.

4. Fatores emocionais

O intestino é sensível ao estado emocional. Situações de ansiedade, estresse no ambiente de trabalho ou em atividades que exigem alto desempenho podem desencadear crises de dor abdominal. 

Não à toa, o órgão é chamado de “segundo cérebro”, dada a sua conexão com o sistema nervoso.

5. Outros fatores relevantes

  • Uso de medicamentos: antibióticos, anti-inflamatórios e laxantes podem alterar o equilíbrio da microbiota intestinal.
  • Sedentarismo: a falta de atividade física reduz os movimentos naturais do intestino, dificultando a digestão.
  • Mudanças hormonais: em mulheres, o período menstrual pode intensificar cólicas abdominais.

Sintomas associados que merecem atenção

A dor de barriga frequente não deve ser ignorada, especialmente quando acompanhada de sinais de alerta. É importante observar sintomas que indicam a necessidade de avaliação médica:

  • Alterações na cor das fezes:
    • Fezes amarelas: podem indicar problemas na digestão de gorduras, síndrome de má absorção ou até doenças no fígado e pâncreas.
    • Fezes verdes: muitas vezes associadas ao consumo elevado de vegetais verde-escuros ou ao uso de antibióticos, mas também podem sinalizar infecções intestinais.
  • Presença de sangue: sinal de úlceras, hemorroidas ou doenças inflamatórias.
  • Febre persistente: pode indicar infecções ativas.
  • Náuseas e vômitos recorrentes: dificultam a absorção de nutrientes e desidratam o corpo.
  • Perda de peso inexplicada: pode estar relacionada a doenças mais graves, como inflamações crônicas ou tumores.

A presença de qualquer um desses sintomas associados exige investigação detalhada para um diagnóstico correto.

O que fazer para aliviar as dores

Embora medidas caseiras possam proporcionar alívio, elas não substituem a avaliação médica. 

No entanto, mudanças de hábitos são fundamentais para manter o intestino em bom funcionamento.

Ajustes na alimentação

  • Optar por refeições leves: incluir vegetais, frutas frescas e legumes cozidos.
  • Consumir fibras regularmente: presentes em cereais integrais, ajudam no equilíbrio do trânsito intestinal.
  • Beber bastante água: a hidratação facilita a digestão e evita constipação.
  • Reduzir álcool e cafeína: bebidas que irritam a mucosa do trato gastrointestinal.
  • Atenção às intolerâncias: quem apresenta sintomas após consumir leite, derivados ou alimentos com glúten deve buscar orientação médica e, se necessário, adaptar a dieta.

Hábitos saudáveis para o dia a dia

  • Prática de atividade física: exercícios regulares estimulam os movimentos intestinais.
  • Sono de qualidade: dormir bem auxilia na regulação de processos digestivos e hormonais.
  • Controle do estresse: técnicas como yoga, respiração profunda e meditação contribuem para reduzir crises de dor.

Soluções naturais e caseiras

  • Chás digestivos: camomila, hortelã e erva-doce têm propriedades calmantes e ajudam a reduzir cólicas.
  • Compressa morna: aplicada no abdômen, relaxa a musculatura e diminui a dor.
  • Refeições fracionadas: comer pequenas porções em intervalos regulares evita sobrecarga no sistema digestivo.

Quando procurar ajuda médica

Muitas pessoas tentam conviver com a dor abdominal acreditando que ela é passageira. No entanto, a persistência do sintoma pode indicar algo mais sério. Procure ajuda especializada quando houver:

  • Dor intensa que não melhora com mudanças simples.
  • Alterações persistentes na cor das fezes, como fezes amarelas sem explicação ou fezes verdes que não estejam ligadas à dieta.
  • Perda de apetite e emagrecimento involuntário.
  • Diarreia crônica ou constipação que não melhora.
  • Presença de sangue ou muco nas evacuações.

O médico poderá solicitar exames como colonoscopia, endoscopia, ultrassonografia abdominal e exames de sangue para identificar a origem do problema.

A importância da saúde intestinal para o bem-estar

O intestino vai muito além da função digestiva. Ele está relacionado ao sistema imunológico e ao equilíbrio da microbiota intestinal, composta por bilhões de bactérias que desempenham papel essencial na defesa do organismo.

Um intestino saudável contribui para:

  • Melhor absorção de nutrientes.
  • Redução do risco de inflamações.
  • Fortalecimento da imunidade.
  • Produção de hormônios que influenciam o humor e a energia diária.

Quando há desequilíbrio, sintomas como gases, cólicas, prisão de ventre, fezes amarelas e fezes verdes tornam-se mais comuns, indicando que é hora de rever hábitos e buscar acompanhamento médico.

Dicas práticas para cuidar do intestino

  1. Prefira alimentos naturais e reduza ultraprocessados.
  2. Inclua probióticos (como iogurtes e kefir) e prebióticos (como banana e aveia).
  3. Hidrate-se adequadamente, com cerca de 2 litros de água por dia.
  4. Mantenha uma rotina de exercícios físicos.
  5. Evite uso frequente de medicamentos sem prescrição.
  6. Preste atenção aos sinais do corpo, como mudanças na cor das fezes.

Um passo essencial para a saúde a longo prazo

Sentir dor de barriga frequente pode parecer somente um incômodo passageiro, mas, na verdade, é um sinal importante de que algo não está bem. 

Ajustar hábitos alimentares, praticar exercícios e controlar o estresse são medidas que ajudam a aliviar o desconforto e a manter o intestino saudável.

No entanto, nunca se deve subestimar sintomas persistentes. Alterações como fezes amarelas ou fezes verdes podem indicar problemas digestivos, ou infecciosos que merecem atenção. 

Buscar orientação médica é o caminho mais seguro para compreender a causa, tratar corretamente e garantir mais qualidade de vida.

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