Quando o assunto é o que o brasileiro anda assistindo escondido na aba anônima — longe do chefe, da família ou do relacionamento — os números deixam pouco espaço para fantasia. O país já está consolidado entre os maiores consumidores de conteúdo adulto do planeta, ocupando posição de destaque no top 10 de tráfego diário de um dos maiores sites do mundo, o Pornhub, ao mesmo tempo em que movimenta diretórios nacionais de acompanhantes, como o Skokka Brasil.
Em termos globais, o site segue entre os endereços mais acessados da internet e é hoje um dos principais portais de pornografia on-line. A rotina de consumo também já tem padrão: relatórios recentes apontam pico de visualizações por volta das 23h, com noites de domingo e segunda-feira entre os horários mais movimentados — o famoso “boa noite” estendido até depois da meia-noite.
Brasil no radar dos gigantes do pornô
Estudos baseados nos dados oficiais da plataforma mostram que o Brasil aparece de forma consistente no top 10 dos países que mais geram tráfego diário, ao lado de potências como Estados Unidos e Filipinas.
Na prática, isso significa um volume de acessos que acompanha o tamanho da população conectada: milhões de visitas por dia, boa parte feita pelo celular, no intervalo entre o sofá, a cama e o transporte público. Em vários mercados, mais de 90% do consumo de pornografia on-line já acontece pelo telemóvel — tendência que também se reflete na América Latina.
As cidades que mais clicam
O relatório global não abre um ranking oficial por cidade, mas cruzando dados de tráfego, buscas no Google, presença de criadores em plataformas pagas (como Privacy e OnlyFans) e métricas de anúncios adultos, dá para montar um retrato razoavelmente fiel de onde o “play” é apertado com mais frequência:
- São Paulo (SP) – A maior cidade do país também é um dos maiores polos de consumo de conteúdo adulto. O volume de acessos acompanha o tamanho da metrópole e a cultura de alta conexão: longos deslocamentos, trabalho remoto, vida noturna intensa e uma massa de usuários habituada a resolver tudo pelo celular empurram SP para o topo de quase qualquer ranking digital;
- Belo Horizonte (MG) – BH não costuma aparecer em primeiro lugar nas manchetes, mas as buscas são constantes. Os mineiros pesquisam bastante, com termos específicos e nichados. A cidade combina um cenário forte de bares e sociabilidade offline com uma presença digital que não para de crescer — inclusive em temas adultos;
- Londrina (PR) – No norte do Paraná, Londrina chama atenção por dois fatores: alto volume de acessos em proporção ao tamanho da cidade e crescimento visível na produção local de conteúdo, com criadores independentes, casais e perfis solo monetizando vídeos, packs e lives. Não por acaso, a procura por acompanhantes em Londrina também se fortalece, conectando consumo on-line e encontros offline no mesmo ecossistema;
- Brasília (DF) – A capital federal figura entre os maiores consumos per capita. Por trás dos gabinetes e da arquitetura monumental, a cidade concentra renda, internet rápida e uma população que passa boa parte do tempo em ambientes fechados. O entretenimento adulto acaba virando companhia recorrente de fim de noite;
- Curitiba (PR) – Clima frio, vida urbana organizada e muito tempo em casa formam um terreno fértil para o consumo digital. Pesquisas indicam crescimento constante no interesse por conteúdo adulto, com destaque para categorias ligadas a fetiches específicos e produções amadoras;
- Recife (PE) – No Nordeste, Recife se destaca pela combinação de litoral, vida cultural intensa e uma juventude hiperconectada. O interesse por conteúdo adulto cresce junto com o uso de plataformas de assinatura e sites de anúncios. A cena noturna e a busca por acompanhantes em Recife acompanham esse ritmo digital, misturando curiosidade, desejo e a praticidade dos encontros marcados pela internet.
O que o brasileiro anda buscando?
As listas de termos mais procurados variam ano a ano, mas alguns padrões se repetem. Há uma preferência clara por conteúdo que remeta ao “aqui”: palavras como brasileira, novinha e caseiro aparecem com frequência entre as buscas mais populares, reforçando a ideia de proximidade, sotaque conhecido e situações que parecem “vida real”.
Ao mesmo tempo, o Brasil acompanha tendências globais. Termos ligados a animação adulta, fetiches específicos e narrativas de fantasia ganham espaço, enquanto o público demonstra mais interesse por vídeos com estética amadora, menos roteirizados e com sensação de espontaneidade.
Outra linha de crescimento é a da diversidade. Categorias como conteúdo trans, lésbico e produções com corpos fora do padrão magro-fit ganham espaço ano após ano, em sintonia com debates mais amplos sobre identidade de gênero, representatividade e quebra de estereótipos estéticos.
Quem está assistindo?
Embora os homens ainda respondam pela maior parte dos acessos, a audiência feminina cresce de forma consistente. Em menos de uma década, a participação das mulheres nos acessos globais saltou de algo em torno de um quarto para mais de um terço do público.
Isso não se reflete só no consumo, mas também na produção: cada vez mais mulheres, sozinhas ou em casal, usam plataformas pagas, redes sociais e sites de anúncios adultos para monetizar o próprio conteúdo, negociar limites e manter maior controle sobre a carreira. A presença feminina pressiona por regras mais claras sobre consentimento, retirada de material não autorizado e combate à pirataria.
O lado comercial da história
O boom de plataformas pagas, canais fechados e redes sociais permissivas criou um mercado inteiro em torno do desejo digital. Camgirls, atores e atrizes independentes e modelos de conteúdo adulto conseguem hoje viver de assinaturas, chamadas privadas, venda de vídeos personalizados e anúncios segmentados.
Esse movimento também respinga no offline. Acompanhantes em cidades médias e grandes passaram a usar com mais intensidade sites e aplicativos para anunciar serviços, selecionar clientes e definir combinados com maior segurança. Portais como Skokka Brasil, que reúnem perfis em diferentes categorias e regiões, registram aumento de acessos alinhado à digitalização das relações: em vez de intermediários físicos, a negociação acontece direto entre quem oferece e quem procura, com filtros, avaliações e histórico de contato.
Três curiosidades que ajudam a entender o cenário
- O Brasil está entre os países em que o termo genérico “sexo” continua aparecendo com força nas buscas, mesmo com a oferta gigantesca de categorias específicas;
- Cidades do interior e médias vêm registrando crescimento proporcional de consumo muitas vezes maior que o das grandes metrópoles, puxadas por melhor internet e mais oferta de meios de pagamento digitais;
- O uso de VPN para acessar conteúdo bloqueado por região ou buscar catálogos de outros países aumenta ano a ano, sinalizando um público mais informado tecnicamente e menos disposto a se limitar ao que aparece na primeira página.
O que tudo isso diz sobre o Brasil?
A saúde sexual é entendida hoje como parte do bem-estar físico, emocional e social, e não apenas como ausência de doenças. Vista por esse prisma, a explosão do consumo de conteúdo adulto no Brasil é ambivalente. De um lado, indica mais liberdade para explorar fantasias, identidades e formas de prazer — inclusive para mulheres e grupos que, historicamente, ficaram à margem do debate.
De outro, escancara um buraco na educação sexual formal, ainda marcada por silêncio, moralismo e pouca informação de qualidade. O consumo massivo fala de desejo, mas também de solidão, curiosidade sem mediação e busca por validação em telas.
A internet entrega respostas em segundos; o desafio é se o país consegue acompanhar o ritmo garantindo direitos, segurança e educação suficiente para que cada clique seja, de fato, uma escolha — e não apenas a única forma disponível de experimentar liberdade.



