O irmão do jovem baleado por um policial militar durante protesto de estudantes por mais segurança em Itambé, na última sexta-feira, foi ameaçado. O jovem afirmou, em depoimento à Polícia Civil na manhã de hoje, ter recebido ligações telefônicas intimidatórias. A informação é do chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle. Ele disse que, por conta da denúncia, vai pedir ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a inclusão dele no Programa de Proteção à Testemunha de Pernambuco. Como o programa envolve mudança de endereço, distância da família e do emprego, é necessário que a testemunha aceite essa inclusão.

A vítima da tentativa de homicídio, Edvaldo Alves da Silva, 23 anos, está precisando com urgência de doação de sangue. Ele continua internado em estado grave na UTI do Hospital Miguel Arraes. A Corregedoria da Polícia Militar, assim como a Polícia Civil, está investigando o caso. Os PMs acusados de envolvimento na tentativa de homicídio, seja atirando ou presenciando o caso, estão afastados das funções operacionais. Todos assumiram funções administrativas dentro da PM.

Segundo o chefe de Polícia Civil, a bala usada contra o estudante é de borracha. Um vídeo gravado por uma testemunha mostra que, após ser atingido, o jovem ainda foi arrastado até a viatura da PM. O caso está sendo investigado pela equipe da Delegacia de Itambé. Segundo Kehrle, os PMs envolvidos podem ser indiciados por tentativa de homicídio. O inquérito também pode pedir a exclusão dos suspeitos dos quadros da PM. “As imagens falam por si só”, disse o chefe da Polícia Civil.

Os estudantes protestavam porque, em menos de uma semana, quatro ônibus escolares tinham sido assaltados. Os comerciantes também se queixavam de assaltos e por isso estavam fechando as portas dos estabelecimentos mais cedo. O protesto aconteceu na PE-75 e durou mais de oito horas. Itambé só tem três policiais para atender toda a população.

Diário de Pernambuco